O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a Selic de 7,75% para 9,25% ao ano, confirmando a previsão dos analistas de majoração em 1,5 ponto percentual. Esta foi a última reunião do ano e o sétimo aumento consecutivo da taxa básica de juros em 2021. Foi também o maior patamar em um pouco mais de quatro anos. Em julho de 2017, estava em 10,25% ao ano. A decisão foi unânime e anunciada no final desta quarta-feira (8) e começa a valer a partir desta quinta-feira (9).
Vale destacar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial, registra alta de 1,17% em novembro e, no acumulado de 12 meses, 10,73%, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação acumulada se mantém acima do dobro da meta anual fixada para 2021 (3,75%, com intervalo de tolerância de 2,25% a 5,25%).
Contexto macro
Juros maiores encarecem o crédito, freiam a economia e instituem uma valorização da poupança. O aumento da Selic também se alinha ao cenário de estagnação da economia. De acordo com a última divulgação do IBGE, o produto interno bruto (PIB) caiu 0,1% no terceiro trimestre, o que configura uma recessão técnica. Em 17 de novembro, as estimativas para o PIB foram reduzidas de 5,3% para 5,1% e a expectativa para a inflação (IPCA) aumentou de 7,9% para 9,7%, conforme o Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia. A elevação da inflação advém do descontrole cambial, alta nos preços dos combustíveis e da energia, que se somam ao cenário desfavorável herdado pela pandemia.