Expansão da distribuição, diversificação de produtos e mudanças no consumo impulsionam o mercado
O setor de biscoitos, massas e pães industrializados registrou um crescimento de 4% em volume em 2024, de acordo com a pesquisa NielsenIQ divulgada pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi). O resultado positivo reflete a expansão da distribuição, a diversificação de produtos e o aumento no consumo.
O segmento de biscoitos cresceu 2,1% em faturamento, alcançando R$ 33,1 bilhões, enquanto o volume comercializado subiu 1,6%, superando 1,5 milhão de toneladas. Entre os destaques estão os biscoitos cobertos de chocolate, cookies e produtos importados, que impulsionaram o consumo e contribuíram para o avanço da categoria.
O mercado de massas também registrou um crescimento expressivo, com alta de 4% no faturamento, somando quase R$ 15 bilhões, e um avanço de 4,9% em volume, ultrapassando 1,3 milhão de toneladas. As massas secas tiveram crescimento superior em volume do que em valor, impulsionadas por promoções e pela migração de consumidores das massas instantâneas. No entanto, a frequência de compra foi impactada pelo preço mais acessível do arroz ao longo do ano.
Os pães industrializados se destacaram com um crescimento de 8,3% no faturamento, atingindo R$ 15,5 bilhões. Em volume, o segmento avançou 6,5%, com 791,3 mil toneladas vendidas. A ampliação da oferta, inovações no portfólio e a inclusão do pão de forma na cesta básica, com redução de impostos, foram fatores decisivos para esse crescimento. O bom desempenho do pão de queijo também contribuiu para os resultados positivos.
O segmento de bolos industrializados faturou R$ 2,64 bilhões, um aumento de 7,7% em relação ao ano anterior, enquanto o volume cresceu 2,3%, atingindo 63 mil toneladas. O aumento de preços e a busca por produtos premium, como bolos recheados, foram os principais fatores que impulsionaram esse crescimento.
Apesar do crescimento de 5% no volume de farinha de trigo doméstica comercializada, o faturamento do setor recuou 9,6%, caindo de R$ 5,3 bilhões para R$ 4,8 bilhões. Segundo o presidente executivo da Abimapi, Claudio Zanão, o descompasso entre volume e receita se deve a fatores climáticos que impactaram a safra e à segmentação do mercado, que tem intensificado a concorrência. “A expectativa é de uma retomada do faturamento em 2025 com ajustes de preços”, afirmou Zanão.