Com a melhor nota de crédito desde 2019, o resultado ainda indica “grau especulativo” e há ressalvas, mas os receios diminuem
Os sinais de recuperação da economia aos poucos ganham volume, ainda que não se reflitam no cotidiano. Nesta quarta-feira (14), a agência de classificação de risco S&P Global Ratings alterou para cima a nota de crédito do Brasil, que foi de estável para positiva (BB-). Foi a primeira alteração para cima do país desde 2019. O resultado imediato se deu no desempenho da Bolsa, que bateu os 119 mil pontos, o melhor patamar desde outubro de 2022.
A reclassificação para BB- ainda indica “grau especulativo” na capacidade do país honrar seus compromissos, mas mostra que há menos risco no curto prazo neste cenário que ainda é turvo para os investidores,
A nota leva em conta uma redução dos receios sobre a estabilidade das políticas fiscal e monetária e as perspectivas locais, que apontam nas últimas semanas indicaram sucessivamente um desempenho algo melhor do Produto Interno Bruto (PIB) até o final do ano, apesar do déficit fiscal. “Isso poderia dar suporte à flexibilização monetária e à posição externa líquida do Brasil”, afirmou a S&P em seu comunicado.
A agência fez alertas, indicando que políticas fiscais e monetárias ineficientes podem levar a um baixo crescimento capaz de deteriorar o cenário, provocando um rebaixamento. “A deterioração na sinalização de política também pode afetar os fluxos de investimento estrangeiro direto (IED) e, assim, enfraquecer a posição externa líquida do Brasil”.