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Tensão comercial entre EUA e China abre oportunidades ao Brasil

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) tem acompanhado com preocupação a crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China. Em entrevista a MONEY REPORT, o presidente da Apex, Roberto Jaguaribe, afirmou que não considera que a disputa entre os dois principais parceiros do Brasil seja benéfica. “Não há nada de positivo que pode se tirar disso. Gera problemas para o mundo todo”, disse. Jaguaribe comentou que espera que os atores políticos das duas potências encontrem uma solução para dar fim ao impasse. “Nosso desejo é que esse processo não se acentue, que pare de gerar inseguranças”, defendeu.

Enquanto isso, para o presidente da Apex, o país tem que estar atento sobre o que pode acontecer. “O Brasil não pode entrar na ideia insinuante de que vai se beneficiar, mas não podemos negar que podem surgir oportunidades, sobretudo na agricultura”. Jaguaribe lembrou que a China não é auto-suficiente em alguns elementos, como energia, alimentos e minerais. “E o Brasil é o mais bem situado e competitivo para fornecer o que a China precisa. Mas isso não quer dizer que a disputa com o EUA tem que dar errado. A minha torcida é que essa questão não se agrave”, reforçou.

Roberto Jaguaribe acrescentou que a postura mais conservadora e fechada que o presidente Donald Trump tem adotado, gera relutância e tem obrigado os países a buscarem a diversificação de seus acordos comerciais. “Essa incerteza na relação com os EUA tem colocado muitos países e blocos, como a União Europeia, com mais disposição para negociar acordos com o Brasil e o Mercosul”, destacou.

Sobre as negociações para livrar o Brasil definitivamente das tarifas impostas pelo governo americano ao aço e ao alumínio importados, Roberto Jaguaribe comentou que tem expectativas positivas. “Porque causa um impacto ruim também para os EUA. Espero que prevaleça a racionalidade econômica e que haja uma redução significativa, senão completa”.

Por que é importante

A disputa comercial entre os dois países começou após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar a imposição de tarifas de mais de US$ 50 bilhões sobre produtos chineses. Como retaliação, Pequim elevou as taxas em até 25% sobre 128 produtos norte-americanos

Quem ganha

A política "America First", de Donald Trump, com o discurso de proteger empregos de cidadãos americanos e fortalecer a indústria nacional

Quem perde

O livre comércio. O protecionismo eleva o risco de uma disputa comercial global com potencial para inibir investimentos e prejudicar o crescimento da economia

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