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Turismo gera R$ 872 bi, mas faltam dados para investimentos

Entidade de hotéis e restaurantes pede que IBGE aprofunde medições para além da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). PIB do setor perfez 8% da economia em 2023

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) cobrou do governo federal a implantação de um índice para a medição do Produto Interno Bruto (PIB) do Turismo. O objetivo é ter dados oficiais mais precisos, capazes de orientar os investimentos no ramo. Além disso, a entidade quer garantir a adoção de políticas públicas para o segmento e, desta forma, movimentar ainda mais a economia. Por alto, o turismo brasileiro movimentou R$ 872 bilhões em 2023,

Não há dados consolidados, apenas medições locais, mas que dão um boa perspectiva da relevância desse tipo de informação. O Centro de Inteligência da Economia do Turismo (Ciet), ligado à Secretaria de Turismo e Viagens de SP (Setur-SP), tem a perspectiva de gerar R$ 304 bilhões em 2024. Em Salvador, o carnaval de 2024 girou R$ 6,6 bilhões e, no Rio, só o show de Madonna injetou R$ 293,4 milhões diante de um investimento de R$ R$ 20 milhões divididos entre a prefeitura e governo estadual – a maior parte dos custos para a realização do evento foi bancada pelos patrocinadores Itaú e Heineken.

A solicitação da Fhoresp foi encaminhada na sexta-feira (14) ao presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o economista Marcio Pochmann. Para balizar a reivindicação, a federação se baseou em recente estudo do seu Núcleo de Pesquisas e Estatísticas (NPE), que aponta a necessidade de um índice oficial específico, com recortes exclusivos de gastos por parte de turistas. Para o NPE, essas informações mais específicas poderão refletir, de fato, a realidade econômica da área turística.

Na prática, o levantamento feito pelo NPE reitera a necessidade de um pleito antigo da própria federação, que defende a necessidade de uma medição oficial e sistêmica do PIB do Turismo. O núcleo sugere que o próprio IBGE seja responsável pela apuração do futuro índice, segundo explica o diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto.

“Precisamos que o IBGE assuma essa responsabilidade, a exemplo do que já é feito em países com forte tradição turística, como Espanha, Portugal, México e Itália. Com isso, empresas do segmento e até o próprio governo federal poderão definir estratégias mais precisas em favor do estímulo à área turística do país”, defende.

A sugestão tem justificativa. O próprio IBGE é responsável pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que abarca o Índice das Atividades Turísticas. De acordo com esse levantamento, o Turismo cresceu 6,9% em 2023. No entanto, o levantamento não traz medições mais precisas do setor.

Contas satélites

O estudo do NPE recomenda que o IBGE adote uma metodologia semelhante à já utilizada nas Contas Satélites do Turismo 2008, da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com este levantamento, existe uma importância da medição contínua de indicadores macroeconômicos do setor turístico. Entre eles, estão emprego, renda e PIB, que fornecem informações sobre o impacto dessa atividade na Economia.

Para o diretor-executivo da Fhoresp, as Contas Satélites do Turismo do IBGE possibilitarão decisões estratégicas fundamentadas nas orientações internacionais. “Discordamos de estudos referentes ao PIB do Turismo sem a utilização de dados oficiais, ou mesmo de critérios internacionais recomendados pela ONU. São aventuras acadêmicas realizadas com metodologias que derivam em cálculos inconsistentes e pouco confiáveis. Assim, precisamos que o IBGE assuma essa responsabilidade”, compara Edson Pinto.

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