Enquanto a renda de 99% da humanidade caiu durante a pandemia, um novo bilionário surgiu a cada 26 horas e os dez homens mais ricos do planeta mais que dobraram suas fortunas, na comparação de março de 2020 e novembro de 2021. Os dados são de um relatório inédito da Oxfam – confederação que busca soluções para os problemas da pobreza, desigualdade e da injustiça. O relatório também mostra que as fortunas das dez pessoas mais ricas do mundo passaram de US$ 700 bilhões (R$ 3,87 trilhões) para US$ 1,5 trilhão (R$ 8,3 trilhões) durante os dois primeiros anos da pandemia.
Fazem parte dessa lista Elon Musk, da montadora de carros elétricos Tesla; Jeff Bezos, da gigante do varejo Amazon; Bernard Arnault e família, controladores do grupo de marcas de luxo LVMH; Bill Gates, da Microsoft; Larry Ellison, da Oracle; Larry Page e Sergey Brin, do Google; Mark Zuckerberg, do Facebook; Steve Ballmer, também da Microsoft; e o megainvestidor Warren Buffet.
A minúscula elite mundial de 2.755 bilionários viu sua fortuna crescer mais durante a pandemia do que nos últimos 14 anos.
Na pandemia
O documento alerta para o fato de que a pandemia de coronavírus tornou-se mais mortal, mais prolongada e mais prejudicial aos meios de subsistência em razão da desigualdade. “A desigualdade de renda é um indicador mais assertivo para saber se você morrerá de covid-19 do que a idade”, diz o texto.
A renda de 99% da população global caiu, e mais de 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza no mesmo período. A desigualdade de renda contribuiu para a morte de uma pessoa a cada quatro segundos, e estima-se que 17 milhões de pessoas morreram de covid-19 no mundo, uma escalada de mortes que não era vista desde a Segunda Guerra Mundial.
Mais dez bilionários no Brasil
No Brasil, a Oxfam calcula haver atualmente 55 bilionários que somam uma riqueza de US$ 176 bilhões. Desde março de 2020, o país ganhou dez novos bilionários. A riqueza deles cresceu 30% na pandemia, o equivalente a US$ 39,6 bilhões. Os 20 maiores bilionários do país têm mais riqueza (US$ 121 bilhões) do que 128 milhões de brasileiros (cerca de 60% da população). “No Brasil, também há uma ampla discrepância entre um grupo que prosperou muito exatamente em um momento de crise, em um cenário de desemprego elevado e aumento da fome”, diz Jefferson Nascimento, coordenador da área de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil.
De acordo com a ONG, a miséria e a fome explodiram no Brasil durante a pandemia. Em dezembro de 2020, 55% da população brasileira se encontravam em situação de insegurança alimentar, o equivalente a 116,8 milhões de pessoas, e 9% se encontravam em situação de fome, ou 19,1 milhões de pessoas. Trata-se de um retrocesso a patamares de 2004.
Uma resposta
Quem são os 20 novos milionários do Brasil?