Por Jorge Otaola
BUENOS AIRES (Reuters) – A Argentina está buscando um acordo de financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para lidar com a recente volatilidade do mercado que levou à queda do peso e ao aumento da taxa de juros para 40 por cento, disse o presidente argentino, Mauricio Macri, nesta terça-feira.
“Há poucos minutos falei com a diretora (do FMI) Christine Lagarde, e ela confirmou que começaremos a trabalhar em um acordo hoje”, disse Macri em um pronunciamento à nação.
O movimento foi notável dado que muitas pessoas no país ainda culpam o FMI pelas políticas que levaram a um colapso financeiro e econômico em 2001 e 2002 que levou milhões de argentinos de classe média à pobreza.
“Isso nos permitirá fortalecer nosso programa de crescimento e desenvolvimento, dando-nos maior suporte para enfrentar este novo cenário global e evitar crises como as que tivemos em nossa história”, disse Macri ao defender sua decisão de recorrer ao FMI.
O mercado acionário local reagiu positivamente às declarações de Macri. O índice Merval, que começou o dia em baixa de 5,3 por cento, reduziu as perdas para 1,6 por cento.
O peso passou a recuar 1,92 por cento, a 22,4 por dólar, após Macri falar. Mais cedo, ele havia caído 6,5 por cento, para a nova mínima recorde de 23,5 pesos por dólar.
“Uma linha de crédito do FMI é a opção menos cara para o crescimento na Argentina. Isso ajudará a reduzir o risco país”, escreveu no Twitter Miguel Kiguel, ex-secretário de Finanças argentino que dirige a consultoria Econviews.
Macri foi eleito no final de 2015 com uma plataforma favorável a investimentos após oito anos de comando de Cristina Kirchner.