Por Stefani Inouye
SÃO PAULO (Reuters) – A confiança da construção brasileira caiu em junho ao menor nível em sete meses por conta do maior desalento com o futuro diante da fraca recuperação da atividade e pelos impactos negativos da recente greve dos caminhoneiros sobre a economia, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).
“O empresário, que vinha demonstrando relativo otimismo com a possibilidade de retomada da atividade no curto prazo, foi contaminado pela deterioração do cenário doméstico”, disse a coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE, Ana Maria Castelo, em nota.
Segundo a FGV, o Índice de Confiança da Construção (ICST) atingiu 79,3 pontos em junho na comparação com maio, com queda de 3,1 pontos, seu menor nível desde novembro de 2017 (78,6 pontos).
O resultado de junho teve como principal influência a maior queda histórica, de 6,5 pontos, do Índice de Expectativas (IE-CST), a 88,3 pontos. A greve dos caminhoneiros foi um componente importante nesta queda, mas “a principal causa do desalento é o ritmo de crescimento que traz preocupações sobre a continuidade da fraca melhora dos negócios”, disse Ana Maria.
O Índice da Situação Atual (ISA-CST) registrou alta de 0,3 ponto, a 70,8 pontos em junho, ante 70,5 em maio.
Após a greve dos caminhoneiros em maio, que causou forte desabastecimento no país, a confiança dos agentes econômicos foi perdendo mais fôlego, afetando as projeções de crescimento do país para este ano.
Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, mostra que a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano estava em 1,55 por cento, depois de ter chegado a 3 por cento alguns meses antes.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor avançou 0,9 ponto percentual, alcançando 65,6 por cento, maior nível desde janeiro (66,2 por cento).
Em nota separada, a FGV informou ainda que o Índice Nacional de Custo da Construção–M (INCC-M) acelerou a alta a 0,76 por cento em junho, sobre 0,30 por cento no mês anterior.
Nesta terça-feira a FGV informou também que a confiança do consumidor recuou 4,8 pontos em junho e chegou a 82,1 pontos, menor nível desde agosto de 2017 (81,4 pontos).
(Por Stéfani Inouye)