SÃO PAULO (Reuters) – A confiança do comércio no Brasil recuou em junho pela terceira vez seguida e indicou cautela dos empresários em meio ao ritmo lento da economia, mercado de trabalho fraco e a greve dos caminhoneiros, de acordo com os divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) do Brasil registrou queda de 3,0 pontos no mês e foi a 89,6 pontos, retornando ao mesmo nível de setembro de 2017.
“O ritmo lento da economia, o tímido avanço do mercado de trabalho e a greve dos caminhoneiros de maio, influenciaram para piora da percepção com situação atual e, principalmente das expectativas, mostrando que os empresários ainda estão cautelosos em relação aos próximos meses”, explicou em nota o coordenador da FGV IBRE, Rodolpho Tobler.
Segundo ele, o resultado mostra que a recuperação que o setor vinha apresentando até o início deste ano começou a perder fôlego no segundo trimestre.
O resultado de junho foi resultado tanto da piora na avaliação sobre a situação atual quanto das expectativas. O Índice da Situação Atual (ISA-COM) caiu 2,2 pontos, para 87,2 pontos, nível mais baixo desde dezembro de 2017.
Já o Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 3,8 pontos, para 92,4 pontos, menor patamar desde agosto de 2017.
A confiança do comércio acompanha o resultado das confianças do consumidor e da construção que a FGV divulgou na terça-feira, que também apontaram piora em meio aos impactos negativos da greve dos caminhoneiros que paralisou o abastecimento de combustíveis, alimentos e insumos no país no final de maio, prejudicando atividade econômica.
(Por Stéfani Inouye)