Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) – A taxa de desemprego brasileira recuou a 12,9 por cento no trimestre encerrado em abril, movimento que veio com as pessoas desistindo de procurar uma recolocação diante da instabilidade da economia e das incertezas políticas.
A taxa de desemprego apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua recuou em relação aos 13,1 por cento vistos no primeiro trimestre e aos 13,6 por cento do mesmo período do ano anterior.
A expectativa em pesquisa da Reuters para o dado divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficaria em 13,0 por cento.
Esse recuo, entretanto, deve-se ao desalento dos trabalhadores, e não exatamente à melhora do mercado de trabalho. Nos três meses até abril, o país somava 65,176 milhões de pessoas fora da força de trabalho, contra 64,868 milhões no trimestre até março.
No primeiro trimestre, a subutilização da força de trabalho e o desalento no Brasil já haviam batido recorde.
Com isso, no trimestre até abril, o Brasil chegou a 13,413 milhões de desempregados, contra 13,689 milhões no primeiro trimestre e 14,048 milhões no mesmo período de 2017.
Em abril, o número de pessoas ocupadas chegou a 90,733 milhões, acima das 90,581 milhões até março e das 89,238 milhões nos três meses até abril de 2017.
O mercado continuava mostrando deterioração do emprego formal, uma vez que o contingente de empregados com carteira assinada mostrou queda de 1,7 por cento nos três meses até abril em relação ao ano anterior, para 32,729 milhões.
A Pnad Contínua mostrou ainda que o rendimento médio do trabalhador chegou a 2.182 reais nos três meses até abril, sobre 2.174 reais em março e 2.165 reais no mesmo período do ano passado.
O mercado de trabalho reflete a instabilidade vista na atividade econômica brasileira, em meio à uma cena política que afeta a confiança dos agentes econômicos.