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Fed eleva juros em meio à inflação mais forte e muda orientação desde crise financeira

Por Howard Schneider e Jason Lange

WASHINGTON (Reuters) – O Federal Reserve, banco central norte-americano, elevou a taxa de juros nesta quarta-feira, movimento amplamente esperado mas que ainda assinalou um marco na transição em relação à política monetária usada para combater a crise financeira e a recessão de 2007-2009.

Ao aumentar sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 1,75 e 2 por cento, o Fed retirou sua promessa de manter a taxa baixa o suficiente para estimular a economia “por algum tempo” e sinalizou que toleraria a inflação acima da meta pelo menos até 2020.

“A economia está indo muito bem”, disse o chairman do Fed, Jerome Powell, em uma entrevista coletiva após o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) ter divulgado sua decisão unânime ao final de uma reunião de dois dias.

“A maioria das pessoas que querem encontrar emprego está encontrando. Desemprego e inflação estão baixos… as perspectivas gerais de crescimento continuam favoráveis.”

Ele acrescentou que os contínuos e firmes aumentos dos juros fomentariam a expansão, à medida que o Fed se aproxima de uma espécie de ponto ideal com suas metas de emprego e inflação amplamente atendidas, a economia suportando custos mais altos de empréstimos e nenhum sinal de aumento da inflação.

O Fed elevou a taxa de juros sete vezes desde o final de 2015 diante da contínua expansão da economia e do sólido crescimento do emprego, tornando obsoleta a linguagem de seus comunicados anteriores.

A inflação também está se encaixando, com novas projeções das autoridades indicando que ela ficará acima da meta do banco central de 2 por cento, atingindo 2,1 por cento neste ano e permanecendo assim até 2020.

As autoridades também projetaram ritmo ligeiramente mais rápido de aumentos dos juros nos próximos meses, com duas altas adicionais esperadas até o final deste ano, contra uma anteriormente.

Eles veem mais três aumentos dos juros no próximo ano, ritmo inalterado sobre a previsão anterior.

“O mercado de trabalho continua se fortalecendo… a atividade econômica tem aumentado a um ritmo sólido”, informou o comitê de definição dos juros do Fed em comunicado, acrescentando que a decisão foi unânime.

“Os gastos das famílias aceleraram enquanto o investimento fixo empresarial continua crescendo com força”, completou o Fed.

Os juros de curto prazo do Fed, referencial para uma série de outros custos de empréstimo, está agora praticamente igual à taxa de inflação, um avanço na batalha do banco central nos últimos anos para fazer a política monetária voltar à normalidade.

Embora os juros estejam agora praticamente positivos em base ajustada à inflação, o Fed ainda descreveu sua política monetária como “expansionista”, com aumentos graduais provavelmente justificados já que a economia entra no 10º ano seguido de crescimento.

O Fed agora projeta expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,8 por cento este ano, ligeiramente acima da estimativa anterior, caindo a 2,4 por cento no ano que vem. A taxa de desemprego foi estimada em 3,6 por cento em 2018, contra 3,8 por cento previstos em março.

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7729)) REUTERS CMO PD

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