BRASÍLIA (Reuters) – O governo reduziu a folga fiscal para o cumprimento da meta fiscal deste ano a apenas 1,845 bilhão de reais, sobre 6,198 bilhões de reais antes, segundo relatório bimestral de receitas e despesas, no qual diminuiu sua previsão para o crescimento econômico a apenas 1,6 por cento este ano.
Antes, a expansão esperada para o Produto Interno Bruto (PIB) era de 2,5 por cento, sendo que o governo iniciou o ano prevendo alta de 3 por cento na atividade, abalada pela greve dos caminhoneiros no final de maio.
Para 2019, a previsão é de alta de 2,5 por cento do PIB, abaixo dos 3,3 por cento previstos antes.
“A menor folga fiscal veio por conta da greve dos caminhoneiros”, explicou a jornalistas nesta sexta-feira o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, lembrando que, sem os benefícios adotados pelo governo para atender às reivindicações da categoria, a folga ficaria em 8 bilhões de reais.
A meta de déficit fiscal deste ano é de 159 bilhões de reais para o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) e, mesmo com a economia mais fraca, o governo tem reiterado que ela será cumprida.
Segundo o relatório, o governo elevou em 11,625 bilhões de reais a estimativa de receita primária total em 2018 devido aos maiores ganhos com royalties de petróleo, com o recente avanço nos preços da commodity no mercado externo e da valorização do dólar frente ao real.
O governo também elevou em 7,546 bilhões de reais a projeção de despesa primária total em 2018.
O Banco Central já havia divulgado que a economia brasileira encolheu em maio da maneira mais intensa já vista, com retração de 3,34 por cento em relação a abril, sob efeito da greve dos caminhoneiros que prejudicou diretamente a atividade e abalou ainda mais a confiança de empresariado e consumidores.
A perda de fôlego também se dá em meio a um nível de ociosidade ainda alto na economia, com 13,235 milhões de desempregados no Brasil.
A nova projeção do governo para a PIB passa a ficar em linha com a do mercado, que vê alta de 1,5 por cento este ano, conforme boletim Focus mais recente, feito pelo Banco Central junto a uma centena de economistas.
Ainda segundo o documento, dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, a previsão para a inflação medida pelo IPCA subiu a 4,2 por cento.