SÃO PAULO (Reuters) – Os protestos de caminhoneiros em todo o Brasil já levaram algumas unidades processadoras de soja a suspenderem as operações, alertou nesta quarta-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Em comunicado, a entidade disse que “foi informada por suas associadas sobre a paralisação de diversas unidades industriais de processamento de soja, produção de farelo de soja, de óleo vegetal e de biodiesel, em razão da impossibilidade do recebimento de matérias-primas e do escoamento de produtos”.
A associação disse temer que a continuidade da greve “prejudique ainda mais” o abastecimento doméstico e a exportação de produtos, “impactando diretamente no cumprimento dos seus contratos”.
A associação, que tem entre os associados companhias multinacionais como a Bunge, Cargill, ADM, não especificou quantas unidades pararam a produção.
Os caminhoneiros protestam pelo terceiro dia consecutivo contra a alta do diesel e já anunciaram que farão mais manifestações na quinta-feira, após não se chegar a um acordo com o governo.
Dado o atual cenário, a Abiove orientou suas associadas a se manifestarem junto a fornecedores e clientes, “explicando que atrasos podem ocorrer na recepção e expedição de produtos fruto da manutenção da greve, sendo estes motivos de força maior e fora do controle das empresas”.
O Brasil é o maior exportador mundial de soja e acaba de colher uma safra recorde, de quase 120 milhões de toneladas, com previsão de embarques também históricos em 2018, acima de 70 milhões de toneladas.
A soja é o principal produto da pauta de exportação do Brasil.
(Por José Roberto Gomes)