BRASÍLIA (Reuters) – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira que manterá a agenda de reorganização das despesas do Estado, e sinalizou que dará seguimento à tramitação de matérias de interesse do governo, apesar do mal-estar causado pelo anúncio do Planalto de uma pauta prioritária, considerado um “abuso” pelo deputado.
Em entrevista a jornalistas na Câmara, Maia garantiu que o projeto de reoneração da folha de pagamento deve ser votado na próxima semana ou na seguinte e que o projeto de privatização da Eletrobras também terá seguimento na Casa.
“Eu não saí da minha agenda de reorganizar as despesas, quem saiu foi o governo”, disse o presidente. “A reoneração da folha a gente vai votar… se não for na próxima semana, na outra”, afirmou.
O parlamentar explicou que na semana que vem a comissão que trata da proposta da privatização da Eletrobras deve começar seus trabalhos.
“Até o dia 15 de abril o relator acha que consegue votar na comissão”, informou.
Maia também citou como matérias “prontas para caminhar” a que trata do cadastro positivo e outra sobre a duplicata eletrônica.
O presidente da Câmara alertou ainda que a Casa não aprovará a criação de novos impostos, ao ser questionado sobre a possibilidade de instituição de uma contribuição voltada para a segurança pública.
O governo anunciou na segunda-feira uma lista de matérias prioritárias na área econômica. Muitas delas já tramitam no Congresso e enfrentam dificuldades de aprovação –a privatização da Eletrobras, entre elas, e também a redução da desoneração da folha e a reforma do PIS/Cofins, na opinião de outra liderança da base governista.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)