Por Tsvetelia Tsolova
SÓFIA (Reuters) – A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse nesta quinta-feira que o país deixará a união aduaneira da União Europeia depois de sua desfiliação do bloco, mas uma fonte afirmou que Londres cogita aplicar as mesmas tarifas externas da UE durante algum tempo depois de dezembro de 2020.
Indagada sobre reportagens segundo as quais seu governo pedirá para continuar na zona aduaneira da UE depois do fim de um período de transição pós-Brexit em 2020, May negou estar “recuando” dos planos de saída.
“Não. O Reino Unido deixará a união aduaneira, assim como estamos deixando a União Europeia. É claro que negociaremos futuros acordos aduaneiros com a União Europeia, e estabeleci três objetivos”, disse May a repórteres nos bastidores de uma cúpula da UE na capital búlgara, Sófia.
Os objetivos, explicou, são que seu país tenha sua própria política comercial com o resto do mundo, tenha um comércio sem atrito com a UE e que não exista uma “fronteira dura” com a Irlanda, país-membro do bloco.
Mas uma fonte a par das discussões em Londres disse que alinhar o Reino Unido às tarifas de importação da UE por um período longo pode ser parte de um acordo de salvaguarda no caso de um atraso na implantação de qualquer acordo do Brexit.
A fonte disse, sob condição de anonimato, que o governo tenta encontrar uma forma de tornar o acordo de salvaguarda com a UE mais aceitável para o Reino Unido, ao invés de buscar uma prorrogação do período de transição.
May vem lutando para unir seu governo quanto aos termos da separação britânica do bloco, e um desentendimento relativo aos futuros arranjos aduaneiros está dividindo seu gabinete e travando as negociações do Brexit.
Líderes da UE reunidos em Sófia nesta quinta-feira estavam em “modo de escuta” e esperando garantias da premiê, disse uma autoridade, antes de uma cúpula formal em junho na qual os lados querem obter mais um avanço nas negociações.
Isso é necessário para selar um acordo de separação definitivo em outubro, dando à UE tempo suficiente para ratificá-lo até o dia oficial do Brexit em março de 2019.
Caso contrário o Reino Unido corre o risco de simplesmente se desligar do bloco, uma situação que pode prejudicar a economia e afetar o dia a dia dos cidadãos comuns.