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Mercado de DIs já encontrou preço de equilíbrio sem ajuda do Tesouro, diz fonte da equipe econômica

Por Patricia Duarte

SÃO PAULO (Reuters) – O mercado de juros futuros já encontrou seu preço de equilíbrio sem precisar da ajuda do Tesouro Nacional, disse à Reuters uma fonte da equipe econômica nesta segunda-feira, acrescentando que esse ponto vem diante da nova realidade do mercado com a cena externa e doméstica.

A fonte, que falou sob condição de anonimato, disse ainda que não há necessidade de atuação do Tesouro no mercado de DIs, mas se houver necessidade, poderão ser feitos leilões de títulos com menor volume ou até mesmo não realizá-los.

“O mercado já encontrou o seu equilíbrio sem precisar de ajuda (do Tesouro)”, afirmou a fonte. “(São) novos preços de equilíbrio a partir da nova percepção de realidade do mercado quanto ao cenário internacional e doméstico”, acrescentou.

Nesta manhã, diante da forte pressão que os mercados financeiros vêm sofrendo nas últimas semanas, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou que o Tesouro poderia atuar em conjunto com o Banco Central para trazer mais equilíbrio, apesar de reconhecer que o movimento de valorização do dólar é global e que não poderá ser contido pelo governo.

“O Tesouro não é responsável por atuar ou intervir no mercado de câmbio, mas como temos grande colchão de liquidez no Tesouro, nos dias em que temos maior volatilidade … o Tesouro pode não por mais pressão no mercado”, afirmou Guardia.

Isso significa, segundo a fonte, que se o cenário demandar, poderia ocorrer leilões de títulos com menor volume ou a sua não realização. Mas acrescentou que o governo não estava vendo necessidade de o Tesouro atuar no mercado de juros futuros.

As taxas dos DIs, seguindo a tendência externa e do dólar, saltaram nas últimas semanas. O contrato com vencimento em janeiro de 2021, um dos mais líquidos, havia subido 0,96 ponto percentual só neste mês, até o pregão passado. Nesta sessão, cedeu 0,13 ponto por conta do forte recuo do dólar frente ao real após o BC ter reforçado a sua atuação.

A última vez que o BC atuou em conjunto com o Tesouro foi há um ano, quando delações de executivos do grupo J&F atingiram em cheio o presidente Michel Temer. Naquele momento, o Tesouro suspendeu parte de seus leilões tradicionais e fez diversas ações extraordinárias de compra e venda de títulos.

No exterior, os mercados temem a condução da política monetária dos Estados Unidos, de que os juros do país subam mais do que o esperado e afetem o fluxo global de capitais. Internamente, a cena eleitoral incerta também tem pesado sobre os mercados.

Os investidores temem que um candidato que considerem menos comprometido com o ajuste fiscal ganhe tração na corrida presidencial.

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