Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) – A produção brasileira de veículos em julho caiu 4,1 por cento ante junho e subiu 9,3 por cento na comparação com julho do ano passado, somando 245,8 mil veículos, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta segunda-feira.
A queda no mês passado, segundo o presidente da Anfavea, Antonio Megale, reflete o ajuste da produção ao enfraquecimento das exportações de veículos, que cederam 21 por cento em relação a junho e caíram cerca de 22 por cento na comparação anual em termos unitários. O resultado reverteu o total acumulado no ano para uma queda de 2,8 por cento.
Apesar da queda na produção, o mês passado teve o melhor resultado para julho desde 2014, segundo Megale.
No acumulado do ano até julho, a indústria produziu 1,68 milhão de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus veículos, alta de 13 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
As vendas de veículos novos em julho subiram cerca de 8 por cento na comparação mensal e avançaram praticamente 18 por cento na comparação anual, para 217,5 mil unidades.
O resultado de vendas do mês passado marcou o maior número de emplacamentos para o mês de julho desde 2015 e o melhor resultado mensal desde dezembro de 2015. “A gente considera um bom número”, disse Megale. No acumulado do ano, as vendas subiram 15 por cento, para 1,38 milhão de veículos.
A entidade manteve a projeção de estabilidade nas exportações este ano, após revisão no mês passado, embora veja riscos devido à crise na Argentina.
“A previsão ainda é de estabilidade…, mas agora com um pouco de risco”, disse Megale. Segundo ele, os mercados na América Latina são muito voláteis e podem trazer reversão tanto positiva como negativa e, portanto, a entidade monitora os desdobramentos.
Segundo dados da contraparte argentina da Anfavea, Adefa, as vendas de veículos na Argentina em julho caíram quase 16 por cento na comparação com junho e recuaram 35,5 por cento sobre um ano antes.
A Anfavea manteve as projeções de crescimento de 11,9 por cento da produção de veículos no Brasil e de 11,7 por cento para as vendas em 2018.
ROTA 2030
A expectativa da Anfavea é que o decreto que detalha a medida provisória do Rota 2030 seja publicada ainda esta semana.
“Aí a gente vai poder olhar com profundidade para saber como ele está, para saber se tem alguma surpresa, se não houve nenhum equívoco”, disse Megale.
O presidente da Anfavea disse ainda que para ser transformada em lei, a medida ainda vai passar por uma discussão em comissão mista no Congresso, na qual serão analisadas cerca de 80 emendas propostas antes de ir à votação na própria comissão.
A Anfavea espera que a aprovação na comissão mista aconteça entre agosto e setembro, sendo que a votação em plenário na Câmara e no Senado deve ficar para depois das eleições de outubro.