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Vendas varejistas no Brasil crescem acima do esperado em abril, mas greve ameaça ímpeto

Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) – As vendas de equipamentos para escritório e combustíveis impulsionaram o setor de varejo em abril para um resultado melhor do que o esperado, embora o impulso no início do segundo trimestre esteja ameaçado devido à paralisação dos caminhoneiros que afetou a economia no final de maio.

As vendas no varejo subiram 1,0 por cento em abril sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,6 por cento na comparação mensal.

“A alta foi disseminada em todas atividades e de forma geral todo o varejo teve um movimento mais forte. Em alguns segmentos a inflação está mais baixa que a inflação geral, e também temos crédito mais farto e menor endividamento das famílias”, explicou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.

“Entretanto, a greve dos caminhoneiros vai bater em maio. Certamente haverá influência da greve no mês e a expectativa é que ela atinja todos os segmentos”, completou.

O IBGE ainda revisou o dado de março para avanço de 1,1 por cento depois de divulgar anteriormente aumento de 0,3 por cento, após incorporar novas informações principalmente sobre hipermercados e equipamentos de informática.

Sobre abril de 2017, as vendas cresceram 0,6 por cento, em linha com a expectativa de avanço de 0,55 por cento em pesquisa Reuters.

A leitura do mês foi influenciada principalmente pelos aumentos de 4,8 por cento nas vendas de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação e de 3,4 por cento em Combustíveis e lubrificantes.

A comercialização em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com importante peso sobre o bolso dos consumidores, teve aumento de 1 por cento em abril, depois de subir apenas 0,1 por cento em março. A única atividade que não registrou ganhos foi a de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, cujas vendas ficaram estagnadas.

No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, o volume de vendas aumentou 1,3 por cento na comparação com março.

Após o forte desempenho em abril, as vendas do comércio varejista devem recuar 2 por cento em maio, “devido ao impacto das paralisações dos caminhoneiros”, de acordo com o banco Itaú, que também projeta queda de 3,5 por cento para o varejo ampliado no mês passado.

No segundo trimestre, o cenário para o setor varejista também é de desemprego alto e incertezas eleitorais, ao qual se soma a greve dos caminhoneiros no final de maio que afetou o abastecimento de combustíveis, alimento e outros insumos em todo o país.

No primeiro trimestre, o Consumo das Famílias teve expansão de 0,5 por cento, contribuindo para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil expandir 0,4 por cento sobre os três meses anteriores.

Entretanto, as contas sobre o crescimento da economia deste ano estão sendo reduzidas pelos analistas e já estão abaixo de 2 por cento, sobre cerca de 3 por cento esperados anteriormente.

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