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Como Portugal quer encher mais as taças de vinho dos brasileiros 

País com maior consumo per capita da bebida e terceiro no ranking de importações do Brasil cresce com maior presença em feiras e lançamentos

Por Degustando com Celso Masson 

Com 7,5 milhões de hectolitros de vinho engarrafados em 2023, Portugal ocupa a décima posição entre os maiores produtores globais e o oitavo lugar na lista de exportadores da bebida. Quando se trata de consumo, porém, os portugueses lideram com folga o ranking mundial, com cada adulto ingerindo em média 67,5 litros ao ano. O número é bem superior ao dos franceses (47,4 litros) e italianos (44,4), segundo dados da principal empresa de inteligência de mercado do segmento na América Latina, a Product Audit. 

Quando o assunto é o Brasil, Portugal só vê taças vazias – e oportunidades de enchê-las. Por aqui, o consumo per capita de vinho é de apenas cerca de 2 litros por ano. Potencial para crescimento não falta – e os portugueses têm abundância de brancos, rosados, verdes, tintos, espumantes e fortificados.  Desde 2021, a participação portuguesa no mercado local só tem crescido. Em 2023, houve quase um empate com a Argentina, a segunda colocada no ranking, que ficou com 18,4% de share. Um ano antes, Portugal ocupava 16,4%. Saltou para18,2%. E pode passar a Argentina este ano, ficando atrás apenas do Chile, líder isolado, com 45,28% do mercado de vinhos importados no Brasil. 

Na quinta edição da ProWine, maior feira profissional do setor da América do Sul, de 1º a 3 de outubro em São Paulo, Portugal foi o país com o maior número de estandes. Em busca de novos negócios, na quinta-feira (17), mais de 40 produtores levaram seus rótulos ao evento Adega Portugal Tasting, que marcou o lançamento da edição 2024/2025 do mais completo guia de vinhos portugueses feito no Brasil, a cargo do Grupo Inner, que também publica a revista Adega.  

Entre um evento e outro, a Qualimpor, cujos controladores são também portugueses e trazem para o Brasil marcas como Crasto e Esporão, apresentou a mais recente aquisição do Grupo Fladgate Partnership. A empresa é dona da Taylor’s, marca de vinho do Porto criada em 1962. Com a presença do diretor de exportação Fernando Seixas, foram servidos cinco rótulos que integram a linha Principal, da recém-adquirida Colinas de São Lourenço. “Nossa empresa sempre olhou para oportunidades, mas sempre dentro do negócio de vinho do Porto”, afirmou Seixas. “A evolução mundial no vinho nos impulsionou a olhar para outras categorias. Há um ano encontramos uma empresa que tinha marcas idôneas e em regiões além do Douro, onde já estamos. Mais importante, era o fato de ela ter vinhos com uvas que permitissem uma exportação dinâmica”. 

Em outras palavras: bons vinhos elaborados com variedades consagradas no mercado internacional, o que quebra a barreira natural das castas autóctones portuguesas como Tinta Cão, Alfrocheiro, Antão Vaz e Baga. São nomes que nada agregam ao bebedor de vinhos da Alemanha ou do Japão, por exemplo. Até no Brasil, que fala a mesma língua, o consumidor de vinhos conhece melhor nomes de uvas da França, como Chardonnay e Merlot, ou da Itália (Sangiovese, Primitivo).  

Dos cinco vinhos provados (dois brancos, um rosé e dois tintos), em diferentes faixas de preço, chamam a atenção pela qualidade o Principal Tête de Cuvée Pinot Noir Rosé 2020 e o Principal Grande Reserva Tinto 2011. O primeiro, de enorme delicadeza na boca, tem textura acetinada e uma acidez vibrante. O segundo, com um corte das uvas Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Merlot, é um vinho encorpado, volumoso, longo, com taninos finos e suaves. Ambos comprovam que há muito a conhecer sobre rótulos portugueses que vão além do óbvio e podem ser tão interessantes quanto marcas consagradas como Pêra-Manca e Barca Velha. Se há espaço nas taças dos brasileiros para mais rótulos europeus, por que não enchê-las com o que Portugal faz de melhor?

Fernando Seixas. Foto: Divulgação

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