A era da chanceler Angela Merkel terminará após 16 anos e, com isso, a Alemanha deixará de ter um governo de centro-direita (União Democrata Cristã, UDC) para ser conduzida pela centro-esquerda (Partido Social-Democrata, SPD) em coalizão com liberais e verdes. De acordo com a rede Deutsche Welle, a gestão do novo chanceler Olaf Scholz (imagem) tem metas climáticas ambiciosas. A principal é a “1,5 grau Celsius”, que pretende diminuir as emissões do país. Para montar uma estratégia capaz de motivar a iniciativa privada, um novo superministério de clima e ecnomia será formado assim que Sholz assumir. A pasta será chefiada por Robert Habeck, do Partido Verde.
Planos
- Eliminação gradual da energia do carvão até 2030, oito anos antes da atual previsão;
- Fazer com que 80% da energia venha de fontes renováveis dentro de uma década;
- Levar 15 milhões de veículos elétricos às ruas alemãs até 2030;
- Eliminação gradual do gás como fonte enrgética até 2040.
Ousadia e dificuldades
Os planos da Alemanha vêm na esteira do texto final da COP26, considerado uma decepção por grupos ambientalistas. “O texto dá um importante impulso à política climática e à conservação da natureza e é um salto se comparado ao governo anterior, disse em comunicado a ONG Friends of the Earth. Ainda assim, advertiu a ONG, tais metas não garantem sozinhas um caminho para a manutenção do aquecimento global em até 1,5 grau Celsius.
Outro ponto foi destacado pelo Instituto Ember, de Londres é o compromisso alemão adotar 80% do consumo energético a partir de fontes renováveis até 2030. A tentativa anterior fracassou, dada a dependência do carvão mineral, que é abundante no país, em detrimento do petróleo e gás. “É um voto de confiança no futuro elétrico e na descarbonização do sistema energético”, afirma.