Discutido por empresas e investidores, o termo ESG (do inglês, sustentabilidade, social e governança) não é novidade no setor bancário. É o que afirmou a especialista em finanças sustentáveis, Annelise Vendramini (imagem), durante o CIAB Febraban 2021 (Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras organizado pela Federação Brasileira de Bancos), nesta quarta-feira (23). Ela explicou que o setor discute o tema há anos empregando até outros termos, como economia circular e economia verde.
Vendramini explicou que não há uma tentativa de boicote à dita economia marrom – termo para setores tradicionalmente poluentes. O se consolida é a busca por formas de mitigação dos impactos socioambientais. “Os bancos observam onde alocar seus recursos”, disse.
O diretor de regulação do Banco Central (BC), Otávio Damaso, comentou que essa mudança aconteceu devido à demanda dos consumidores e investidores por produtos cada vez mais socialmente responsáveis. Isso exigiu das instituições profundas mudanças e proporcionou novos negócios. Aos reguladores, como o BC, é necessário avaliar os riscos e critérios para aquilo que se apresenta como sustentável.
Por fim, o country manager da IFC Brasil, Carlos Leiria Pinto, deixou claro que sem inovação não há política ESG que sobreviva. “O Brasil é um terreno fértil, tem fintechs e agrotechs”. Para ele, às fintechs cabe o papel social da inclusão financeira, enquanto as agrotechs permitem desenvolver tecnologias verdes, diminuindo os impactos do agronegócio. “Algo caro ao Brasil”, afirmou.