Boletim de MONEY REPORT sobre questões ambientais, sociais e de governança no mundo dos negócios
Clima encarece chocolate
O preço do cacau disparou 400% nos últimos anos por causa de secas e chuvas intensas na África Ocidental, principal região produtora. Segundo a Climate Central, em 2024, essas áreas enfrentaram seis semanas a mais de temperaturas extremas, prejudicando as colheitas. Pequenos empresários relatam aumento nos custos e queda nas vendas, enquanto produtores recebem apenas 6% do preço final do cacau. Especialistas defendem práticas agrícolas mais sustentáveis e mais financiamento climático para adaptar a indústria.
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Mata Atlântica perde 200 mil campos de floresta
Entre 2010 e 2020, a Mata Atlântica perdeu vegetação equivalente a quase 200 mil campos de futebol. Minas Gerais e Bahia concentram 60% do desmatamento, segundo estudo publicado na Nature Sustainability. A destruição, impulsionada pela pecuária, silvicultura e agricultura, ameaça a biodiversidade, a oferta de água e a resiliência climática. Pesquisadores alertam que áreas protegidas são insuficientes para conter os danos e defendem a aplicação rigorosa da Lei da Mata Atlântica, com a criação de novas unidades de conservação e políticas que equilibrem preservação e desenvolvimento sustentável.
Brasileiros avançam em ESG
Enquanto os investimentos em ESG caem nos EUA, empresas brasileiras avançam com projetos sustentáveis. A pesquisa Maturidade ESG nas Empresas Brasileiras 2024 mostra que 51% das médias e grandes empresas adotam essas práticas, um crescimento de 14 pontos percentuais desde 2021. O Grupo Carrefour Brasil é um exemplo, com ações contra a fome, inclusão social e preservação ambiental. A empresa já reduziu 47% das suas emissões de carbono e investe em rastreabilidade da carne, energias renováveis e projetos de conservação. Especialistas destacam que o engajamento de toda a sociedade é essencial para ampliar esses impactos.
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Nota máxima em transparência ambiental
O Grupo Carrefour Brasil recebeu a nota máxima (A) do no CDP Clima 2024, consolidando seu compromisso com a transparência e a sustentabilidade ambiental. Esse reconhecimento coloca a empresa na A-List, destacando suas iniciativas para reduzir emissões de carbono e promover práticas responsáveis no setor varejista. O Carbon Disclosure Project (CDP) é uma organização global sem fins lucrativos que avalia empresas com base na divulgação de informações ambientais e de gestão de riscos. O sistema de pontuação vai de A a D-. Com a maior base de dados ambientais do mundo, o ranking orienta decisões de investimento.
Indústria garante meta de ônibus elétricos em SP
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A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) contestou as declarações do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sobre dificuldades no cumprimento da meta de 50% da frota municipal com veículos de baixa ou zero emissão até 2028. A entidade divulgou que a indústria nacional tem capacidade para atender à demanda. Cinco empresas do setor informaram ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) que a produção atual pode chegar a 9.920 ônibus elétricos anuais, com potencial de 25 mil unidades até 2028. A ABVE destacou que os principais desafios estão na infraestrutura de recarga e no financiamento. Não haveria problemas na produção.
Azul oferece créditos de carbono
A Azul Linhas Aéreas lançou uma unidade de negócios para oferecer créditos de carbono a empresas, em parceria com Auren, BTG Systemica, Caixa e GSS, garantindo segurança e preços competitivos. Inicialmente focada no mercado voluntário, a companhia também se prepara para o futuro comércio regulado no Brasil. Única aérea com metas de redução de carbono aprovadas pela SBTi, a Azul aposta no crescimento do setor, que pode atingir US$ 250 bilhões até 2050, impulsionado por políticas ambientais e adoção de metas climáticas por mais empresas.
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Google remove datas LGBT+ da agenda
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O Google tomou uma medida radical, removendo o Mês do Orgulho LGBT, o Mês da História Negra e o Dia da Memória do Holocausto de sua agenda. A decisão veio logo após anunciar o fim de suas políticas de diversidade e inclusão. Realinhada com uma postura mais conservadora, a Google Agenda vai se distanciar das práticas e tendências globais. Os usuários agora poderão adicionar essas datas manualmente, caso desejem. A decisão ocorre em um contexto de influência da política de extrema-direita do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.