Pesquisar
PATROCINADORES
PATROCINADORES

Desigualdade racial de renda persiste, aponta Dieese

Os negros ainda recebem, em média, 40% menos do que os não negros no Brasil

Mesmo com avanços no mercado de trabalho, a desigualdade racial de rendimentos continua evidente no Brasil. Dados do boletim especial divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) revelam que, apesar do crescimento econômico e da redução do desemprego nos últimos anos, os negros ainda recebem, em média, 40% menos do que os não negros.

A análise intitulada “Apesar dos avanços, desigualdade racial de rendimentos persiste” destaca que o cenário econômico positivo, sustentado pela estabilidade política recente, resultou em aumento do emprego formal, expansão da massa salarial e reajustes acima da inflação em 86% das negociações coletivas de 2024. No entanto, essas melhorias não foram suficientes para mitigar as disparidades raciais históricas.

Diferenças persistentes

Os números mostram que a desigualdade começa no acesso ao mercado de trabalho e se perpetua ao longo da carreira. Enquanto negros com ensino superior ganham, em média, 32% menos do que não negros com a mesma escolaridade, essa diferença chega a R$ 1,1 milhão ao longo da vida profissional de quem possui diploma universitário.

A presença em cargos de liderança também reflete a desigualdade. Apenas um em cada 48 homens negros ocupa posições de chefia, comparado a um em cada 18 entre não negros. Nos 10 cargos mais bem remunerados, negros representam apenas 27% dos ocupados, enquanto somam 70% nas 10 ocupações de menores rendimentos.

Para as mulheres negras, a situação é ainda mais desafiadora. Uma em cada seis atua como empregada doméstica, e aquelas sem carteira assinada recebem, em média, R$ 461 abaixo do salário mínimo. Além disso, a taxa de desemprego entre mulheres negras no segundo trimestre de 2024 era de 10,1%, mais que o dobro da registrada entre homens não negros (4,6%).

Falta de perspectivas

O boletim também aponta que, apesar do mercado aquecido, cerca de um quarto das mulheres negras enfrenta subutilização da força de trabalho. Muitas estão desocupadas ou não procuram emprego por falta de perspectiva, além de estarem subempregadas com carga horária abaixo do desejado.

Essa dificuldade é agravada pela persistente discriminação racial, que impede a inserção plena dessa parcela da população no mercado de trabalho.

Contexto populacional

De acordo com o IBGE, negros representam 57% da população brasileira e 55% da força de trabalho. Apesar de serem maioria, continuam enfrentando barreiras estruturais e desigualdades históricas que impactam suas condições de vida e de trabalho.

Compartilhe

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

©2017-2020 Money Report. Todos os direitos reservados. Money Report preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe.