Boletim de MONEY REPORT sobre questões ambientais, sociais e de governança no mundo dos negócios
Trump quer barrar novos projetos eólicos nos EUA
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou planos para interromper novos projetos de energia eólica no país, classificando a fonte como “cara e pouco confiável” e citando possíveis impactos na vida marinha. Apesar de os EUA serem o segundo maior gerador de energia eólica do mundo, com 150 GW de capacidade instalada e 10% da eletricidade nacional advinda da fonte, Trump prometeu priorizar incentivos ao petróleo e gás. Sua postura contrasta com o crescimento recente do setor, impulsionado por investimentos de US$ 10,8 bilhões e políticas anteriores que expandiram a geração renovável no país.
McDonald’s muda políticas de diversidade
O McDonald’s anunciou mudanças em suas políticas de diversidade, alinhando-se ao impacto da decisão da Suprema Corte dos EUA que encerrou o uso da ação afirmativa em admissões universitárias. Entre as alterações estão o fim de metas de diversidade para fornecedores, a saída de pesquisas externas sobre diversidade corporativa e a renomeação do Comitê de Diversidade para “Equipe de Inclusão Global”. A empresa afirmou que as mudanças buscam integrar práticas de inclusão ao desempenho comercial, refletindo um ajuste estratégico diante do cenário político e social atual.
BlackRock sai de grupo climático sob pressão política
A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, anunciou sua saída da Net Zero Asset Managers Initiative (NZAMi), um grupo global de investidores focados em ações climáticas, devido a pressões políticas, especialmente de legisladores republicanos, e investigações legais sobre suas práticas climáticas. A decisão reflete a crescente resistência política nos EUA, que intensificou após ações contra estratégias climáticas, como a que acusa a empresa de prejudicar a produção de carvão. Embora tenha saído do grupo, a BlackRock reafirmou seu compromisso com investimentos sustentáveis e mantém estratégias voltadas para a transição climática, gerindo mais de US$ 1 trilhão nesse campo.
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Brasil lidera mortes de ativistas climáticos na última década
Entre 2012 e 2023, mais de 2.000 defensores ambientais foram assassinados globalmente, com o Brasil liderando o número de mortes, com 401 casos registrados, seguido pelas Filipinas (298) e outros países como Índia e Peru. A repressão aos protestos climáticos e ambientais se intensificou ao longo da última década, com destaque para o aumento da violência policial e das prisões, especialmente na América Latina, onde ativistas enfrentam grandes riscos. Grupos indígenas e trabalhadores lideram as manifestações no Sul Global, enquanto o movimento Extinction Rebellion organiza protestos no Norte Global.
Assaí economiza 373 milhões de litros de água com tecnologia sustentável
Em 2024, a rede atacadista Assaí economizou 373 milhões de litros de água, equivalente a 150 piscinas olímpicas por ano, ao adotar tecnologias de eficiência hídrica desenvolvidas pela W-Energy. O projeto, iniciado em 2021, já abrange 130 unidades e inclui dispositivos que reduzem o consumo de água em até 96% em torneiras, chuveiros e sanitários. Com essa iniciativa, a empresa conseguiu reduzir em 38% sua conta de água mensal, além de contribuir para a sustentabilidade e o uso consciente dos recursos. A solução inclui monitoramento com tecnologia IoT e práticas sustentáveis que visam combater a escassez hídrica no Brasil.
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Raízen recebe R$ 1 bi do BNDES para usina de etanol
O BNDES aprovou um financiamento de R$ 1 bilhão para a Raízen construir sua terceira usina de etanol de segunda geração (E2G) em Andradina, São Paulo, com capacidade de 82 milhões de litros anuais. O valor, dividido em dois programas do banco, visa apoiar o desenvolvimento de biocombustíveis sustentáveis, como etanol para aviação e combustível marítimo. Além da unidade de Andradina, a Raízen já possui plantas em Piracicaba e Guariba, e planeja atingir 20 unidades de E2G até 2030. O investimento do BNDES e da Raízen reflete a aposta no fortalecimento do Brasil como líder na produção de novos biocombustíveis.
InterCement reduz emissões com coprocessamento de pneus
A InterCement, produtora de cimento, adota desde 1997 o coprocessamento de pneus não recicláveis para substituir combustíveis fósseis em sua produção, gerando energia térmica e reduzindo em 35% suas emissões anuais de CO2, o que equivale a 80 mil toneladas de gás carbônico. Além de utilizar os pneus para gerar energia, a empresa também aproveita seus resíduos metálicos para substituir materiais na composição do cimento. Com essa técnica, a InterCement evita o descarte irregular de pneus e reduz custos, enquanto contribui para a sustentabilidade e a saúde pública. Em 2023, a companhia reaproveitou 90 mil toneladas de pneus, e a meta é alcançar 55% de utilização de fontes alternativas até 2050.
