O relatório anual da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgado nesta quarta-feira (1º), em Paris, revela que o mercado de matrizes renováveis baterá o recorde do ano passado, com o acréscimo de mais 290 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Mesmo assim, o ritmo ainda é insuficiente para neutralizar as emissões de carbono que provocam o aquecimento global, informou a agência.
A AIE revisou e elevou suas projeções. Cerca de 4,8 mil GW estarão disponíveis até 2026, o que significa um aumento de 60% na comparação com 2020 e o equivalente à capacidade de geração atual conjunta de origens nuclear e fóssil. A matriz fotovoltaica representará mais de 50% deste aumento e a eólica marítima deve triplicar de capacidade.
A China lidera e está quatro anos à frente de suas próprias metas de infraestrutura eólica e solar, com 1,2 GW, enquanto a Índia dobrará suas instalações geradoras. O que preocupa são os aumentos nos custos de instalação e logística, que se subirem mais poderão inviabilizar parcialmente essa iniciativa.
“Os preços elevados dos materiais representam novos desafios para o setor das energias renováveis, mas o preços elevados das energias fósseis também deixam as renováveis mais competitivas”, afirmou Fatih Birol, diretor da AIE, entidade ligada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).