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Exame: pautas ESG de governo e empresas são as mesmas, diz vice da Anbima

Setores público e privado estão atrasados em relação à agenda internacional

O Estado é, essencialmente, ESG e não há diferença entre as agendas socioambientais do governo e do setor privado. Quem diz isso é o vice-presidente de ética da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e membro do conselho ESG da Fecomércio de São Paulo, Luiz Maia (imagem) -, órgão recém-criado pela entidade.

De acordo com Maia, o Brasil está defasado nessa agenda, e isso vale tanto para os setores público e privado. “No pós-pandemia, a economia estará muito baseada na colaboração”. afirmou. “Nem governo, nem empresas estão preparados”, destacou em entrevista ao canal Um Brasil, da Fecomércio.

Do lado governamental, está o atraso na definição de marcos regulatórios, como aconteceu com o marco do saneamento, que destravou investimentos. O governo precisa retomar o protagonismo do Brasil na questão ambiental.

A corrida para zerar as emissões de carbono terá forte influência nos mercados, daqui em diante. “A Europa colocou a barra lá em cima”. Para ele, as medidas anunciadas pela União Europeia sobre taxar produtos que ultrapassem determinado limite de emissões de gases de efeito estufa sinalizam isso. “Quem não se adaptar vai sofrer consequências econômicas.”

Investimentos em socialtechs

O setor privado, em especial os investidores, ainda tem o papel de fomentar soluções que diminuam a desigualdade social, especialmente na educação. “A pandemia deixou boa parte da sociedade brasileira para trás”. Citando as paralisações das escolas públicas e a falta de acesso a soluções de ensino à distância. “Precisaremos de investimentos de impacto social.”

Maia enxerga oportunidades nas chamadas socialtechs, startups focadas em desenvolver negócios que resolvam problemas sociais. As áreas mais promissoras são as de soluções para geração de emprego e para baixar o custo da educação. Nesse sentido, ele afirma que é possível conciliar lucro com impacto positivo. “No futuro, todas as empresas serão avaliadas pelo que entregam à sociedade, não pelo retorno ao acionista”, prevê.

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Por Rodrigo Caetano

Publicado anteriormente em: https://cutt.ly/7QGrgSg

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