Com práticas de equidade de gênero, Unilever se destaca na 3ª edição do Guia EXAME de Diversidade. Vice-presidente de recursos humanos comenta ainda planos para inclusão de negros, LGBTI+ e pessoas com deficiência
Na companhia há um esforço também para incentivar as mudanças fora da empresa, seja ao desenvolver negócios de fornecedores que tenham mulheres na sociedade ou ao criar campanhas mais inclusivas e positivas, como das marcas Dove e Seda.
No Brasil, a Unilever trabalha também para atingir outras metas como dobrar o número de pessoas negras em cargos de gerência, ter três vezes mais pessoas negras ocupando cargos de coordenação e ter 5% de pessoas com deficiência na companhia até 2022. “A diversidade é trabalhada de modo interseccional para ser efetivamente inclusiva”, diz Paganato.
Juliana Marra, gerente de assuntos corporativos da Unilever, é um exemplo da jornada da empresa. Ela foi descobrindo sua sexualidade depois de entrar na companhia em 2003. Assim, no seu processo de amadurecimento, foi em 2007 que ela se assumiu lésbica na empresa, que também evoluiu no tema de diversidade.
Para ela, o fato de ser mulher e LGBTI+ nunca foi um problema na Unilever. “Fui mudando de área, sendo promovida, e sempre que precisei falar de alguma questão de gênero ou orientação sexual fui tratada com respeito, como quando perguntei ao time de recursos humanos sobre os trâmites ao iniciar um processo de adoção, no qual estamos na fila agora”.
O posicionamento da Unilever é importante no seu dia a dia. “Sou uma mulher na liderança e represento a empresa em atuações externas. Sempre exijo nas relações corporativas o mesmo respeito que recebo internamente”.
Impacto na sociedade
Depois de bater a meta da equidade de gênero, a Unilever tem outros desafios como a representação negra e de pessoas com deficiência. Por conta disto, a companhia tem trabalhado em ações como as inscrições para o AfroCamp, desafio de inovação focado em estudantes de graduação autodeclarados pretos e pardos, em outubro do ano passado.
Parte das iniciativas de inclusão se dá em programas de entrada. No último recrutamento de estágio, 5% dos contratados são pessoas com deficiência, 76% são negros e há também LGBTI+. Pessoas com mais de 50 anos também pode entrar na companhia em um programa de estagiários sêniores.
A mudança no perfil dos funcionários acontece com uma série de medidas como seleção às cegas, parceria com consultorias e entidades, treinamento dos funcionários para quebra de vieses inconscientes, busca ativa de grupos específicos como transgêneros e mais.
“Até 2022 queremos dobrar o número de gerentes negros e triplicar o de coordenadores. Entendemos que a jornada tem de ser mais rápida do que de gênero”, diz Paganato. “Estamos na casa de praticamente todos os brasileiros e precisamos refleti-los dentro da companhia”.
- Imagem em destaque: Juliana Marra, gerente de assuntos corporativos da Unilever, é uma mulher lésbica. Para ela, isso nunca foi um problema em 18 anos na empresa. “Fui mudando de área, sendo promovida, e sempre que precisei falar de alguma questão de gênero ou orientação sexual fui tratada com respeito”. (Leandro Fonseca/Exame)
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Por Marina Filippe
Publicado originalmente em https://cutt.ly/Kmk8XkG