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Maersk testa sistema para retirar lixo flutuante dos oceanos

Mais de 20 milhões de toneladas de lixo acabam despejadas nos oceanos todos os anos. Dessas, 80% são de origem urbana – ou da indústria pesqueirada -, apontou um estudo da International Solid Waste Association (ISWA). Os resultados mostram que metade dos resíduos são plásticos, perfazendo 12,5 milhões de toneladas. Além disso, a agência científica australiana (CSIRO, na sigla em inglês), estima que há 14 milhões de toneladas métricas de microplásticos nos flutuando ou depositados nos oceanos – 35 vezes acima do que o esperado. Diante desse cenário desfavorável ao meio ambiente, o grupo A.P. Moller-Maersk tem atuado junto à The Ocean CleanUp (organização holandesa sem fins lucrativos), para a limpeza de rios e oceanos. A Maersk é o maior operador global de contêineres e de navios porta-contêineres, com ativos de US$ 56 bilhões em 2020.

Parte do material coletado do mar será reciclado

O sistema está em desenvolvimento há cinco anos. Em 2019, o modelo 001 foi testado, mas sem sucesso. Em 2021, a Maersk e a Ocean CleanUp testaram , com bons resultados o modelo 002. Uma das operações chegou a coletar 9 mil toneladas de lixo no oceano. No total, mais de 29 mil toneladas foram recolhidas.

O objetivo agora é expandir o tamanho do sistema e capturar uma maior quantidade de lixo até atingir a meta de redução de 90% do plástico flutuante dos oceanos até 2040. O trabalho ocorre na área de 20 milhões de quilômetros quadrados do Giro do Pacífico Norte. Ali, a confluência de grandes correntes oceânicas formou a Grande Ilha de Lixo do Pacífico[(Pacific Ocean Garbage Patches, em inglês), uma círculo de calmaria de 1,6 milhão de quiômetros quadrados – três vezes a França onde flutuam cercada de 1,8 trilhão de pedaços de plástico e lixo em geral. Só ali estão cerca de 80 mil toneladas de material. Existem áreas similares no Pacífico Sul , Índico e no Atlântico Norte e Sul. Iniciativas como essa só retiram os detritos flutuantes. O que vai ao fundo ou fica flutuando na coluna d’água pode somar muito mais.

E o lixo vai para onde?

Armações e lentes de óculos solares fabricados com lixo oceânico

Como só retirar o material da água só criaria um problema de lixo em terra, a solução é reciclar. A Ocean CleanUp abriu parceria para fornecer ma´teria-prima para óculos solares plásticos, mas outros produtos são planejados. Os lucros servirão para financiar o projeto.

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