Boletim de MONEY REPORT sobre questões ambientais, sociais e de governança no mundo dos negócios
Empresas recuam da agenda woke
Nos últimos meses, grandes corporações têm se distanciado das políticas progressistas associadas à chamada “agenda woke” e focado em práticas mais tradicionais e eficientes, após enfrentarem controvérsias e impactos financeiros negativos. Muitas empresas, como Meta, Budweiser, McDonald’s e Amazon, estão adotando uma postura de neutralidade ideológica ou priorizando a eficiência nos negócios, afastando-se de iniciativas de inclusão e ativismo social que marcaram os últimos anos. Marcas como Budweiser e Jack Daniel’s, por exemplo, reverteram suas políticas em resposta a boicotes e críticas. Enquanto empresas como Boeing e Toyota eliminaram departamentos ou projetos ligados à diversidade e inclusão, a Disney e a Harley Davidson estão voltando a promover uma imagem mais tradicional.
Apple defende diversidade em meio a pressões conservadoras
Enquanto muitas corporações do Vale do Silício estão recuando de suas iniciativas de diversidade e inclusão, a Apple segue na contramão e defende publicamente a continuidade de seus programas DE&I. A empresa, com um histórico de US$ 100 milhões investidos em equidade racial, recomendou que seus acionistas rejeitassem uma proposta do National Center for Public Policy Research (NCPPR), que visa eliminar esses programas. A Apple reafirma seu compromisso com a diversidade, destacando seu status como uma “empregadora de oportunidades iguais”. Sob a liderança de Tim Cook, a empresa tem ampliado suas ações inclusivas, como parcerias com universidades de minorias e a criação de centros de inovação para a comunidade negra.
Acordo da JBS nos EUA vai combater trabalho infantil
A JBS USA firmou um acordo com o Departamento de Trabalho dos EUA para combater o trabalho infantil em sua cadeia produtiva, destinando US$ 4 milhões para apoiar comunidades afetadas. O recurso será utilizado em programas educacionais e de apoio em cidades como Guntersville, Greeley e Ottumwa. Além disso, a empresa se comprometeu a realizar um simpósio, contratar um especialista em conformidade e estabelecer uma política de tolerância zero para violadores. O acordo segue investigações que revelaram o uso de crianças em condições perigosas em instalações da empresa.
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Nariz eletrônico detecta pragas e reduz uso de pesticidas
Pesquisadoras brasileiras, Juliana e Clarice Steffens, desenvolveram um “nariz eletrônico” com nanosensores para detectar pragas nas lavouras, como os percevejos, a partir de seus feromônios. O protótipo permite identificar a presença desses insetos antes que seus voláteis se dispersem na natureza, ajudando os agricultores a monitorar as pragas de forma mais eficiente. Isso possibilita a aplicação de pesticidas de maneira mais precisa, reduzindo o uso excessivo de agroquímicos e, consequentemente, o impacto ambiental, na saúde e na biodiversidade. A tecnologia, que já passou por testes em laboratório, visa ser implementada em campo em breve, prometendo uma revolução na agricultura sustentável ao permitir o controle mais eficaz da utilização de pesticidas, preservando o ecossistema e promovendo práticas agrícolas mais responsáveis.
Nobelistas pedem ação urgente contra a fome global
Um grupo de 153 ganhadores do Prêmio Nobel fez um apelo urgente para combater a crise global da fome, que afeta 700 milhões de pessoas e pode alcançar 1,5 bilhão até 2050. Em uma carta aberta, os Nobel alertaram para uma catástrofe iminente sem ação coordenada, destacando a necessidade de investir em tecnologias agrícolas para enfrentar os impactos da mudança climática e outros desafios. Entre as propostas estão melhorias na fotossíntese de cultivos e o desenvolvimento de cereais mais resistentes. A carta será debatida em um evento no Senado dos EUA e em um webinar.
Positiv.a lança capacitação em ESG para empresas
A Positiv.a, empresa de limpeza e higiene ecológica, lançou a “Escola Positiv.a”, uma iniciativa de capacitação focada em responsabilidade socioambiental e práticas ESG para empresas e seus funcionários. O curso, que segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, aborda temas como sustentabilidade, bem-estar, saúde, análise de dados e inteligência artificial. Dividido em duas fases, o programa explora os desafios da crise socioambiental e soluções como economia circular e negócios de impacto. Marcella Zambardino, diretora de impacto e cofundadora da empresa, ressalta o compromisso da Positiv.a em formar agentes transformadores para promover mudanças reais e escolhas mais conscientes.
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Emirados Árabes doam US$ 40 milhões para programas ambientais no brasil
Erth Zayed Philanthropies, organização filantrópica dos Emirados Árabes, anunciou a doação de US$ 40 milhões (mais de R$ 240 milhões) para projetos ambientais e de desenvolvimento sustentável no Brasil. O foco da doação é apoiar comunidades indígenas, preservar a biodiversidade e fortalecer a agricultura sustentável. As iniciativas incluem parcerias com organizações locais, ações para reduzir a poluição, apoio à subsistência na Amazônia e à conservação de florestas tropicais, como parte do projeto Tropical Forests Forever Facility (TFFF). O anúncio seguiu a visita do príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Khaled Bin Mohamed Bin Zayed Al Nahyan, ao Brasil, onde discutiu a colaboração em sustentabilidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
IA do Google tem 97% de precisão em previsões meteorológicas
O Google lançou a GenCast, uma inteligência artificial de previsão do tempo que, com dados históricos de quatro décadas, tem se mostrado altamente precisa, superando o sistema atual Ensemble Forecast em 97% das previsões. A ferramenta é eficaz também na previsão de fenômenos extremos, como ciclones e ventos fortes, e pode beneficiar setores como a energia eólica, melhorando a eficiência na geração de energia, além de auxiliar governos no planejamento contra desastres naturais. O GenCast utiliza probabilidades para prever eventos climáticos, e pesquisadores defendem que a combinação de IA com meteorologistas pode gerar previsões ainda mais confiáveis.
1% mais rico esgota cota de emissões em 10 dias
Em apenas 10 dias de 2025, o 1% mais rico do mundo esgotou sua cota anual de emissões de carbono, segundo a Oxfam. A organização destacou a necessidade de reduzir em 95% as emissões dos super-ricos até 2030 para evitar o aquecimento global de 1,5°C. Enquanto isso, a metade mais pobre levaria quase três anos para atingir o mesmo limite, evidenciando a desigualdade climática. A Oxfam sugeriu a taxação dos mais ricos como uma solução para financiar ações climáticas, com um possível arrecadamento de US$ 250 bilhões anuais.