Boletim de MONEY REPORT sobre questões ambientais, sociais e de governança no mundo dos negócios
Promover saúde mental no trabalho será obrigação legal a partir de maio
A partir de maio de 2025, as empresas brasileiras serão obrigadas a adotar práticas formais para promover a saúde mental no trabalho, conforme atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A norma exige a criação de planos para identificar e mitigar riscos psicossociais, como estresse e assédio, visando ambientes mais saudáveis e produtivos. Empresas que implementarem programas de apoio psicológico e campanhas de conscientização poderão obter o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. A medida busca reduzir os altos índices de estresse ocupacional no Brasil e, ao mesmo tempo, melhorar a produtividade e retenção de talentos, com consequências legais para as empresas que não se adaptarem às novas exigências.
Resgate de animais em desastres ganha apoio
A rede Cobasi firmou uma parceria com o Grupo de Resposta a Animais em Desastres (Grad) para apoiar o resgates. O programa Cobasi Cuida patrocinou a aquisição de um veículo que permitirá ampliar a atuação em enchentes, deslizamentos e incêndios. Com histórico de participação em tragédias, como Brumadinho e os incêndios no Pantanal, o Grad ganha mais agilidade e autonomia para prestar socorro.
Cascas de marisco viraram peças premiadas

O Projeto Sururu, lançado pela Portobello em 2020, transforma cascas de moluscos descartadas em matéria-prima para cerâmica, beneficiando marisqueiras no litoral do Nordeste. Com um investimento de R$ 1 milhão, o trabalho reciclou mais de 200 toneladas, gerando recursos iniciais de R$ 500 mil. O resultado deve ser ampliado. A promoção da economia circular também gerou prêmios. Em 2001, foi com o Cobogó Mundaú, na Casa Vogue. A peça criada pelos designers Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Ambrosio é inspirada na casca do sururu, crustáceo típico de Alagoas que serve de matéria-prima para o revestimento ecológico da Portobello. Em 2024, a Linha Fita (imagem), foi reconhecida na feira Revestir.
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Bagaço de cana vira ecoembalagem de eletrônicos

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) desenvolveram uma embalagem sustentável a partir do bagaço da cana-de-açúcar e de negro de fumo, destinada a proteger dispositivos eletrônicos sensíveis contra descargas eletrostáticas. Batizado de criogel condutivo, o material inovador alia segurança ao meio ambiente ao substituir plásticos poluentes por uma alternativa leve, porosa, resistente ao fogo e com condutividade elétrica ajustável. A pesquisa, publicada na revista Advanced Sustainable Systems e financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), já teve patente depositada e busca parceiros para produção em escala industrial. Negro de fumo ou negro de carbono é o material produzido pela combustão incompleta de carvão, madeira e produtos petrolíferos.
ESG preocupa no curto prazo, mas investidores que ações concretas
Uma pesquisa global da consultoria global EY revelou que, embora o interesse dos investidores institucionais em ESG siga em alta, 92% dos executivos ainda temem que essas iniciativas prejudiquem o desempenho corporativo no curto prazo. O estudo também destaca a crescente preocupação com o greenwashing, citado por 85% como um problema cada vez maior. Apesar disso, 88% afirmaram ter ampliado o uso de informações relacionadas com ESG, enquanto 93% acreditam que as empresas alcançarão suas metas sustentáveis. O estudo aponta a importância de ações concretas, transparência e relatórios padronizados para aumentar a confiança nos critérios de sustentabilidade como vetor de valor de longo prazo, especialmente diante de riscos climáticos, econômicos e regulatórios em expansão.
Fábrica de mosquitos para proteger 100 milhões da dengue

A Oxitec, empresa especializada no combate biológico de pragas, anunciou a construção de uma megafábrica em Campinas (SP). A unidade será dedicada à produção de mosquitos geneticamente modificados com a bactéria Wolbachia, que impede a transmissão de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Essa biofábrica poderá proteger até 100 milhões de pessoas por ano e, até 2040, pretende evitar a contaminação de até 1 bilhão de pessoas. A iniciativa surge em meio ao aumento histórico de casos de dengue no Brasil, o que é impulsionado pelas mudanças climáticas, que favorecem a proliferação dos mosquitos vetores. Além disso, o Brasil continua enfrentando altas taxas de mortalidade pela doença, especialmente em São Paulo, que concentra os casos.
Software previne quedas de árvores em áreas urbanas
Pesquisadores da USP desenvolveram um software que ajuda a prevenir quedas de árvores em áreas urbanas por meio de escaneamento laser e modelos computacionais para orientar podas. A solução preservaria preservaria exemplares, permitindo aplicação reforços nos troncos. A tecnologia foi testada no campus da universidade, reduzir as quedas em temporais. O programa pode ser adotado em larga escala com o emprego de drones e inteligência artificial, contribuindo para a segurança urbana e a adaptação às mudanças climáticas.
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Harvard perde bilhões ao recusar exigências de Trump
A renomada Universidade de Harvard, em Massachusetts (EUA) teve US$ 2,2 bilhões em fundos federais congelados após rejeitar exigências do governo Trump que envolviam mudanças em sua governança, políticas de diversidade, admissões e combate ao antissemitismo. A decisão faz parte de uma ofensiva mais ampla contra universidades que adotam práticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Harvard defendeu sua autonomia e classificou as exigências como inconstitucionais, alertando que o corte afeta pesquisas médicas e científicas essenciais, além de hospitais afiliados à instituição. Por Harvard passaram oito futuro presidentes dos EUA e estudantes, professores ou funcionários da instituição ganharam cerca de 150 Prêmios Nobel em conjunto ou sozinhos.
Nordestinos percebem efeitos climáticos mais severos
Em 2024, 57% dos nordestinos consideraram os eventos climáticos na região mais severos do que o normal, com destaque para aumento das temperaturas, escassez de chuvas e secas mais intensas. A pesquisa “A Visão do Nordeste Sobre Mudanças Climáticas” revelou que 96% dos entrevistados perceberam o calor excessivo, enquanto 90% notaram a diminuição das chuvas e 83% enfrentaram secas mais graves, especialmente em áreas rurais e de menor renda. Além disso, 45% dos entrevistados preveem que os eventos climáticos extremos se intensificarão nos próximos cinco anos, enquanto uma minoria acredita que esses fenômenos serão menos severos. A pesquisa também destacou a crescente preocupação com as mudanças climáticas, particularmente entre jovens, mulheres e pessoas de maior escolaridade.