Por Brian Homewood
(Reuters) – A Bélgica usou uma combinação de ousadia, inteligência e resiliência e mais que um pouco de sorte para eliminar o Brasil por 2 x 1 da Copa do Mundo nesta sexta-feira, em um memorável confronto nas quartas de final que seria digno de uma final.
Após decepcionantes eliminações nas quartas de final em seus dois últimos grandes torneios, o técnico da Bélgica, Roberto Martínez, introduziu autoconfiança em uma incrível e talentosa geração de jogadores que parecia estar sem isso no passado.
Martínez mudou a formação da Bélgica e começou o jogo com a escalação que encerrou a vitória por 3 x 2 sobre o Japão, quando sua equipe conseguiu dar a volta por cima após estar perdendo por 2 x 0.
Kevin De Bruyne foi colocado em uma função um pouco menos familiar atrás dos atacantes, enquanto Romelu Lukaku foi colocado na direita e Eden Hazard na esquerda.
A defesa normalmente insuperável do Brasil, que havia levado somente seis gols em 25 partidas sob comando de Tite, de repente pareceu muito vulnerável e foi repetidamente rasgada nos primeiros 30 minutos.
O lateral-esquerdo Marcelo deixava uma avenida aberta quando seguia para o ataque e houve diversos ataques em que a Bélgica teve um jogador completamente livre na direita.
O segundo gol foi um contra-ataque clássico. Após a Bélgica afastar um escanteio, Lukaku abriu espaço e correu pelo meio. Ele tinha dois companheiros livres para tocar na direita e escolheu De Bruyne, que chutou baixo, superando o goleiro Alisson.
Neste momento, o Brasil parecia estar pronto para se render, como fez na derrota por 7 x 1 para a Alemanha na semifinal da Copa de 2014.
Mas a seleção brasileira se recompôs e voltou com força após o intervalo, mostrando à Bélgica que também é uma equipe resiliente – algo que muitos haviam duvidado.
Neymar, no entanto, não conseguiu encontrar espaços para corridas na esquerda e foi repetidamente bloqueado.
A Bélgica também usou inteligência para quebrar o impulso do Brasil, conforme manteve posse de bola no meio de campo, frustrando a seleção brasileira e forçando faltas, que custaram preciosos segundos ao Brasil.
Eden Hazard desempenhou um papel fundamental, forçou Fernandinho a dar uma dividida que rendeu um cartão amarelo ao brasileiro, e então conseguiu uma falta de Miranda, na qual celebrou como se tivesse marcado um gol.
A Bélgica também usufruiu da sorte. A seleção belga escapou de alguns possíveis pênaltis que outros árbitros teriam marcado e um chute de Thiago Silva que bateu na trave no começo da partida teria alterado completamente o rumo do jogo.
Quando tudo falhava, lá estava Thibaut Courtois, que fez diversas excelentes defesas, incluindo uma aos quatro minutos dos acréscimos, afastando um chute de Neymar que ia para o ângulo.
“Você precisa ter uma vantagem técnica quando você enfrenta o Brasil”, disse Martínez. “A execução destas táticas foi magnífica. Em dois dias, eles (os jogadores belgas) mudaram a disposição tática. Eu não poderia estar mais orgulhoso.”