Por Panu Wongcha-um e John Geddie
CHIANG RAI, Tailândia (Reuters) – Um ex-mergulhador da Marinha tailandesa morreu durante os trabalhos para salvar 12 meninos e seu técnico de futebol que estão presos em uma caverna inundada no norte do país, destacando os riscos para equipes de resgate que tentam encontrar uma maneira de salvar o grupo que está há 13 dias debaixo da terra.
O baixo nível de oxigênio dentro do complexo de cavernas e a previsão de mais chuvas aumentou a pressão sobre as autoridades para elaborar um plano de resgate.
Samarn Poonan, de 38 anos, um ex-membro da unidade de elite da Marinha da Tailândia, morreu na noite de quinta-feira enquanto trabalhava debaixo d’água no complexo de cavernas distribuindo tanques de oxigênio ao longo de uma potencial rota de saída, disse o comandante da unidade.
“Não vamos deixar sua morte ser em vão. Vamos continuar”, disse o almirante Arpakorn Yuukongkaew à repórteres nesta sexta-feira.
Samarn estava trabalhando com um colega posicionando tanques de oxigênio em uma parte da caverna. Quando retornavam, Samarn ficou inconsciente a cerca de 1,5 km de distância da entrada da caverna.
“Quando sua missão terminou ele nadou de volta, mas no meio de seu retorno seu colega percebeu que Samarn estava inconsciente na água e tentou bombear seu coração, mas não conseguiu salvar a vida dele”, disse a unidade de elite da Marinha tailandesa em comunicado.
A morte do mergulhador também destacou os riscos para os meninos, que não têm nenhuma experiência de mergulho, se autoridades decidirem que eles devem tentar sair da caverna nadando.
“Um fuzileiro naval morreu na noite passada. E um menino de 12 anos que terá que passar?”, disse Rafael Aroush, israelense que vive na Tailândia e está ajudando nas operações de resgate.
“Haverá chuva e muitas coisas podem dar errado. Não quero dizer, mas pode ser uma catástrofe”, disse.
O primeiro-ministro da Tailândia, Prayuth Chan-ocha, expressou suas condolências pela morte de Samarn, mas disse que isso não deterá as equipes de resgate, segundo porta-voz.
“Autoridades não perderam a esperança por causa disso”, disse Thassada Thangkachan à repórteres em Bangcoc.