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OMS quer usar vacina experimental contra Ebola para conter surto no Congo

GENEBRA (Reuters) – A Organização Mundial da Saúde (OMS) está se preparando para o pior dos cenários em um surto de Ebola em uma área remota do Congo, incluindo a disseminação da doença em uma grande cidade, disse o vice-diretor-geral de Prontidão e Reação de Emergências da OMS, Peter Salama, nesta sexta-feira.

Em um informe de rotina em Genebra, Salama disse que espera que a República Democrática do Congo dê sinal verde dentro de dias para o uso de uma vacina experimental, mas alertou que o medicamento é de difícil manuseio e não faz milagres.

“Todos os preparativos estão sendo feitos. Assim que tivermos o sinal verde, iremos adiante”, disse Salama. “Estamos muito preocupados e nos preparando para todos os cenários, inclusive o pior cenário”.

O risco imediato é o surto se alastrar para a capital provincial Mbandaka, que tem cerca de 1 milhão de habitantes.

“Se virmos uma cidade deste tamanho infectada com Ebola, teremos um grande surto urbano, o que será um verdadeiro desafio”, disse. “Quando o Ebola chega a áreas urbanas, especialmente favelas urbanas, é extremamente difícil se livrar da doença”.

A OMS também colocou os nove vizinhos do Congo em alerta máximo, e a maior preocupação é com a República do Congo, que compartilha uma larga fronteira com o país nos rios Congo e Ubangi, e com a República Centro-Africana ao norte — mas o risco de uma disseminação internacional ainda é visto como baixo.

A OMS e a instituição de caridade Médicos sem Fronteiras já têm especialistas no local e esperam montar um laboratório móvel neste final de semana, disse ele.

A entidade espera que a Organização das Nações Unidas (ONU) possa criar uma ponte aérea com helicópteros para levar 20 especialistas da OMS ao local neste final de semana e depois providenciar uma pista para pequenas aeronaves para que centenas de trajes de proteção e outros equipamentos possam ser enviados por via aérea.

O Congo notificou a OMS do surto no dia 8 de maio, e já surgiram cerca de 32 casos suspeitos, prováveis ou confirmados da doença fatal desde 4 de abril, incluindo 18 mortes, relatou Salama.

“Embora esta seja uma área rural remota, o que normalmente nos dá uma sensação de tranquilidade em termos da propagação de um surto, o problema aqui é que já temos três localidades separadas cobrindo até 60 quilômetros e talvez mais”.

(Por Tom Miles)

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