Por Julien Pretot
ROSTOV (Reuters) – Embora o colapso atordoante da seleção brasileira na semifinal da Copa do Mundo de 2014 ainda esteja fresco para a maioria dos torcedores de futebol, a seleção parece ter apagado de sua memória o desastre do 7 x 1 para a Alemanha.
A Alemanha, que venceu a Copa, deixou o Brasil em lágrimas naquela noite, mas o lateral Marcelo, na véspera da partida de estreia da seleção pelo Grupo E contra a Suíça na Rostov Arena, insistiu que não há cicatrizes psicológicas.
“Estas são coisas que podem acontecer no futebol… Se tivesse (trauma), não estaria mais jogando futebol”, disse o lateral-esquerdo de 30 anos, que será capitão do Brasil contra a Suíça, a repórteres.
“Mas não há trauma. Eu tenho metas e eu foco nelas, eu tenho novos desafios o tempo todo, e a Copa do Mundo deste ano é um deles, assim como não me machucar ou fazer a transição do futebol de clube para o futebol internacional.”
“Eu não mantenho coisas na minha cabeça – nem mesmo as coisas boas”, completou.
Entre as coisas boas está um histórico de 17 vitórias, três empates e uma derrota nos últimos 21 jogos do Brasil.
De acordo com o técnico Tite, este histórico dá ao time “paz interior”, conforme a seleção busca seu sexto título mundial, e o primeiro desde 2002.
Perguntado sobre como está dormindo antes dos jogos, Tite disse: “Eu administro meus fantasmas e minhas angústias. Eu tenho muita experiência nisso”.
“Eu foco no que é importante. Há um tipo de paz interior que nós estamos construindo”.
Tite, de 57 anos e que assumiu após saída de Dunga em 2016, também levou alegria para um time que foi deixado humilhado após o fracasso em 2014. “O professor mudou a cara da seleção”, disse Marcelo.