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Sul-americanos decepcionam na Copa, mas será que declínio é permanente?

Por Andrew Downie

SOCHI, Rússia (Reuters) – Três seleções sul-americanas representam quase a metade dos títulos da Copa do Mundo, mas seu pior desempenho em mundiais desde 2002 levanta a questão: estaria o futebol sul-americano em declínio? 

Com mais de metade da fase de grupos concluída, as equipes sul-americanas já perderam quatro partidas, número maior do que em todas as primeiras fases das últimas três Copas.  

Entre as cinco seleções sul-americanas na Rússia, apenas Brasil e Uruguai ainda não foram derrotados. 

O Peru já está eliminado após perder seus dois primeiros jogos, enquanto a Argentina e a Colômbia terão caminhos difíceis para se classificarem para a próxima fase. 

A América do Sul é conhecida por alguns do estádios mais icônicos do mundo, pelos torcedores mais apaixonados, e por três jogadores que são considerados os maiores da história: Pelé, Diego Maradona e Lionel Messi. 

Mas o desempenho abaixo do esperado na Rússia parece sugerir que a Europa – onde os melhores atletas do esporte atuam – ultrapassou os latinos. Ou seria apenas um apagão temporário? 

“Eu não sei se é justo dizer que as seleções sul-americanas jogaram mal, mas agora o futebol é muito igualitário, você não tem mais as diferenças que existiam antes”, disse o defensor mexicano Miguel Layun, cuja equipe com seus desempenhos estimulantes tem sido comparada com o melhor futebol do hemisfério sul.

“Hoje todos podem competir em pé de igualdade. Podemos ver, a cada ano, que o conceito de favoritismo está desaparecendo, os outros times têm muito mérito por suas táticas e por como eles jogam bem contra os favoritos”. 

Como as ligas europeias importam jogadores do mundo todo, países sem muita tradição no futebol acabam por ter presença no nível mais alto da competição. 

Jogadores têm compartilhado essa vivência em suas seleções, e diminuído a diferença sobre as potências tradicionais do esporte, como mostram os resultados na Rússia. 

Portugal teve dificuldades para derrotar o Marrocos por 1 x 0, o Irã impressionou durante sua derrota por 1 x 0 para a Espanha, o Uruguai precisou de um gol nos últimos minutos para bater o Egito, e o Senegal venceu merecidamente a Polônia em seu jogo de abertura. 

As seleções sul-americanas têm sofrido, principalmente o Peru, cuja série de duas derrotas em duas partidas talvez seja um sinal da ausência de 36 anos em Copas do Mundo. 

A Argentina, que perdeu a final para a Alemanha há quatro anos, foi destruída pela Croácia por 3 x 0 e não passou do empate por 1 x 1 contra a Islândia. A Colômbia foi batida pelo Japão por 2 x 1. 

As derrotas podem representar a situação caótica das ligas domésticas sul-americanas. Mas poderiam dizer mais sobre ascensão dos países em desenvolvimento do que sobre a queda da América do Sul. 

“Nessa Copa do Mundo está claro que, com muita paixão e comprometimento, equipes conseguem muito, e as chamadas equipes menores estão dificultando a vida das chamadas equipes maiores”, disse o alemão Marco Reus. 

“Essa é característica dessa Copa do Mundo, está cheia de surpresas”. 

(Reportagem adicional de Richard Martin) 

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