John Hopfield, dos EUA, e Geoffrey Hinton, britânico-canadense, são homenageados por suas contribuições ao aprendizado de máquina, um marco na revolução tecnológica impulsionada pela IA
Em meio ao crescente destaque da inteligência artificial (IA) em diversos setores, o Prêmio Nobel de Física 2024 foi concedido a dois pioneiros do campo: o americano John Hopfield e o britânico-canadense Geoffrey Hinton. O anúncio foi feito nesta terça-feira (8) pela Real Academia Sueca de Ciências, que destacou o impacto revolucionário de suas descobertas no aprendizado de máquina.
Hopfield, professor da Universidade de Princeton, e Hinton, professor na Universidade de Toronto, foram homenageados por suas invenções que abriram caminho para o desenvolvimento de redes neurais artificiais, base para as modernas tecnologias de IA.
Avanços que mudaram a ciência
A academia explicou que Hopfield é responsável pela criação de um modelo de memória associativa capaz de armazenar e reconstruir padrões complexos, como imagens. Já Hinton é reconhecido por desenvolver um método que permite a máquinas identificar autonomamente características específicas em grandes volumes de dados, como na análise de imagens.
“Os vencedores deste ano utilizaram ferramentas da física para criar métodos que hoje sustentam o poderoso aprendizado de máquina, transformando a ciência, a engenharia e até mesmo o cotidiano”, afirmou a Real Academia em comunicado oficial.
Reação dos vencedores
Geoffrey Hinton expressou surpresa ao receber a notícia, durante coletiva de imprensa: “Estou atônito. Não fazia ideia de que isso aconteceria”. Em 2023, Hinton havia deixado seu cargo no Google para alertar sobre os potenciais perigos do rápido avanço da IA, temendo que as máquinas superassem as capacidades humanas em um futuro próximo.
Ellen Moons, presidente do Comitê do Nobel de Física, ressaltou que, embora a IA traga benefícios significativos, o seu desenvolvimento acelerado também levanta preocupações sobre o impacto social e ético dessa tecnologia. “Nós, como humanidade, temos a responsabilidade de usá-la de forma segura e ética, sempre visando o bem comum”, afirmou.