A Agência Nacional de Telecomunicações já avisou que as antenas de 5G serão ligadas em São Paulo nesta quinta-feira. A capital paulista será a quinta cidade brasileira a receber a nova tecnologia, que aparece aqui e ali na telinha dos celulares há alguns dias. Para usufruir da grande velocidade do novo sistema, no entanto, os usuários devem efetuar dois movimentos. O primeiro é óbvio, mas muita gente esquece: trocar o chip de seu aparelho, que está habilitado apenas para 4G. O segundo será esperar por uma atualização dos fabricantes, específica para o Brasil (o ministro das Comunicações, Fábio Faria, já está nos Estados Unidos para requisitar às fábricas — fala com a Apple hoje — um upgrade dos aparelhos brasileiros; só assim que poderemos desfrutar dos benefícios gerados pela quinta geração de transmissão).
A nova tecnologia vai permitir a explosão de vários mercados. Um será o do metaverso, que necessita de bandas rápidas de navegação. A medicina à distância (cirurgias inclusive) também dará saltos impressionantes, uma vez que a latência do novo serviço é de 1 a 4 milissegundos (a da 4G é de 80). Isso muda o jogo em uma cirurgia feita à distância, já que um movimento feito pelo cirurgião, a quilômetros de distância do paciente, será praticamente instantâneo na mesa de operação. Por fim, o sistema 5G pavimenta de vez o caminho para a chamada Internet das Coisas, que poderá automatizar boa parte de nossas casas, com ganhos significativos de praticidade e de qualidade de vida.
O lazer dos jovens vai sofrer uma verdadeira revolução. Jogos praticados com usuários à distância serão quase que em real time. E filmes poderão ser baixados nos aparelhos de celular em menos de 5 segundos.
Haverá uma corrida aos fabricantes de celulares, já que a maioria esmagadora dos modelos atuais não está preparada para atuar em velocidade super-rápida. Ou seja, esse mercado promete ser agitado e gerar rapidamente novas receitas.
Com a rapidez com a qual as operadoras trabalham no Brasil, é possível que efetuemos uma transição com bastante presteza. Aliás, o sistema de telefonia celular no Brasil – pelo menos nas grandes capitais – é muito melhor do que em várias cidades grandes da Europa e dos Estados Unidos. É bastante comum, no exterior, ficar um bom tempo navegando em 3 G, o que inviabiliza uma navegação ágil.
Mas, calma lá. Como em tudo na vida, o 5G também tem um lado B.
O primeiro é que se trata de uma rede muito frágil e sensível a prédios muito altos ou até árvores muito frondosas. É por esta razão que as autoridades pedem às operadoras um número bem maior de antenas quando comparamos com as necessidades da rede anterior.
Além disso, o 5G exige muito dos sistemas operacionais. Resultado: o consumo de energia é bastante alto, o que deve reduzir a vida útil das baterias dos celulares ao longo do dia. Portanto, trate de andar com um carregador ou uma bateria extra.
Por fim, mais um problema: esta é uma nova tecnologia e ainda não se sabe ao certo se os hackers conseguirão ou não decifrar seus caminhos de entrada. O fato é que, neste início de operações, a ação de piratas cibernéticos pode trazer riscos às operadoras – mas dificilmente pode causar danos aos usuários.
Mais importante que os prós e contras, porém, é entender que a rede 5G significa uma mudança gigantesca de paradigma – talvez comparável à onda que surgiu com o lançamento do smartphone em 2007. Obviamente, o novo sistema deve mudar inúmeros nichos de mercado corporativo. Precisamos começar a pensar nessas oportunidades.
Não demore em fazer isso. Alguns de seus concorrentes já investiram algumas horas nesse tema. Não fique para trás.