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O lado B do home office: dados confidenciais à disposição de hackers

Recapitulando: veio a pandemia e todos nós fomos jogados no até então desconhecido mundo do home office. Uns amaram, outros detestaram e ainda existem aqueles indiferentes, para quem tanto faz trabalhar em casa ou em um escritório. Passou o tempo e todos – incluindo os resistentes à ideia – foram se adaptando à nova realidade. Muitos, então, passaram a tecer loas ao advento do trabalho à distância. É mais rápido, produtivo e à prova de atrasos, já que todos estão em casa e não precisam se locomover.

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas… há um problema sério no meio deste paraíso que mistura a vida pessoal e a corporativa. Trata-se de uma questão relativa à segurança dos dados de sua empresa, muitos deles considerados confidenciais.

Num escritório – seja ele de uma empresa pequena, média ou grande –, há uma preocupação básica com a segurança da rede e dos dados que trafegam entre os computadores corporativos. Há esquemas de segurança, firewalls, senhas e links dedicados. Tudo pensado para criar um ambiente seguro e à prova de vazamentos.

O problema não é apenas em preservar informações confidenciais do conhecimento de concorrentes, mas principalmente não sofrer os efeitos nefastos de uma invasão: perda de dados, queda do servidor, desligamento de um site de e-commerce, furto de dados de clientes ou sequestro de informações que serão devolvidas somente através de pagamento de resgate.

Ao transferirmos nossas atividades de trabalho para a casa, precisamos pensar em um pequeno detalhe: a segurança de nossas redes particulares. Mas, antes, vamos fazer um pequeno teste. Responda às seguintes perguntas:

  1. Você atualizou alguma vez o firmware de sua casa (“firmware” é o software operacional do roteador de wif-fi)?
  2. Sua rede doméstica tem recursos de VPN (virtual private network)?
  3. A senha de entrada da rede é minimamente elaborada (sem sequências obvias de números, datas de aniversários ou dígitos de documentos)?

Se você respondeu “sim” às questões acima, sua segurança digital está em ordem. Se quiser, pode até parar de ler este artigo (brincadeira. Continue mesmo assim). Porém, se houve alguma resposta negativa, sua rede corre perigo – e seus dados também.

Você já ouviu diversas vezes o ditado que diz a ocasião fazer o ladrão. Pois bem. Praticamente todos os que trabalham em escritórios estão labutando de casa, transitando dados particulares e empresariais ao mesmo tempo, rodando em cima de uma rede desprotegida. Convenhamos: essa é “a” ocasião que hackers e outros criminosos digitais pediram em suas preces.

Comecemos pelo tal firmware. A cada atualização, esse programa melhora a proteção de sua rede e vai fechando caminhos abertos no passado por tentativas de hackeamento. Todo roteador tem seu jeito específico de ganhar um upgrade e há inúmeros tutoriais disponíveis no YouTube para aprender como fazer isso. Mas, cuidado: há marcas que simplesmente não permitem atualização. O melhor, então, é trocar o aparelho por um modelo que possibilite uma melhoria contínua. Este é um ponto importantíssimo para quem se preocupa com a própria segurança. O roteador é como se fosse o portão de sua casa. Ao deixar de atualizar seu software operacional é como escancará-lo. A rua pode estar deserta ou receber a visita apenas de pessoas honestas. Se for assim, ótimo. Nada acontecerá. Mas, e se surgir alguém mal intencionado? Na dúvida, atualize esse aparelho o mais rápido possível.

Em relação à segunda pergunta: sua rede é criptografada? Ao criar uma rede virtual privada, o nível de segurança aumenta e as informações que dentro dela trafegam recebem codificação praticamente inexpugnável. Este recurso também pode ser utilizado em celulares para entrar em redes públicas (como aeroportos, shopping centers e hotéis), mantendo segurança e privacidade. Muitos aplicativos que transformam smartphones em servidores de VPNs, no entanto, podem ser incompatíveis com seus programas de phone banking. Portanto, procure a ajuda de um técnico para ajudá-lo nessa tarefa.

Um parênteses: sua impressora wi-fi também pode ser a porta de entrada de um invasor digital. Há como protegê-la. Mais uma vez, o YouTube é a melhor solução para aprender a blindar seu equipamento.

Por fim, entramos aqui numa seara complicadíssima: a das senhas. Como manter passwords difíceis e memorizá-las ao mesmo tempo? Praticamente impossível, certo? Compartilho, então, um truque muito simples, que aprendi de um especialista em tecnologia da informação. Funciona da seguinte forma: crie um código intransponível e aleatório. Do tipo “c@1ljf~5p$3iq”. Este será o recheio de sua senha e você terá de memorizá-lo de qualquer jeito (o tamanho deste recheio deverá ser curto, pois há sistemas que não permitem senhas compridas). Vamos supor que você tenha conta na Netflix. Separe, então, a palavra “Netflix” em dois pedaços, colocando-os nas extremidades da senha. O resultado será: Netc@1ljf~5p$3iqflix. Caso seja uma conta da Amazon Prime: Amazonc@1ljf~5p$3iqPrime. E por aí vai. Como só você sabe o miolo desta chave dificilmente será quebrada.

Se preferir, chame algum amigo que entenda de informática, contrate um especialista ou converse com seu filho de quinze anos, que provavelmente entende mais de computadores que você. Mas não fique parado. Manter sua rede descoberta, durante um momento em que todos estão trabalhando de casa, é flertar perigosamente com o desastre. Tome providências. Ao contrário do que ocorre em muitas situações do mundo digital, esses procedimentos custam muito pouco – e previnem prejuízos altíssimos.

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