A leitura diária de e-mails tem se transformado em um desafio gigantesco para mim. Em setembro de 2020, escrevi sobre esse tema (https://www.moneyreport.com.br/inovacao/voce-ainda-usa-e-mail/) e, por isso, peço antecipadamente desculpas por abordar novamente o mesmo assunto em um espaço de tempo tão curto. Mas é que hoje, cheguei a uma marca inacreditável. Tenho 50 000 e-mails não lidos, como se pode verificar na ilustração acima.
Percebi, nos últimos meses, que presto um atenção bem maior nas mensagens de WhatsApp do que nas de correio eletrônico. A razão disso é que aqueles que me enviam um “zap”, em sua esmagadora maioria, são pessoas conhecidas. Já entre os e-mails recebidos, arrisco dizer que a quantidade de junk-mail e mensagens comerciais, na melhor das hipóteses, chega a 90 % do que está em minha caixa de entrada.
Na última hora, por exemplo, recebi 23 mensagens. Nenhuma de alguém que conheço. Foram oito de sites de conteúdo que sigo, três do LinkedIn, uma do Zoom (alertando para uma videoconferência) e onze de cunho meramente comercial. Em uma hora. Imaginou isso ao longo de um dia inteiro? Respondo. Me dei ao trabalho de contar quantas vezes a caixa de entrada foi acionada ontem: 502 vezes. Ainda bem que eu desabilitei o aviso de recebimento de correio eletrônico no celular. Caso contrário, o aparelhinho não iria para de apitar, combinando e-mail com WhastApp.
Sei que existem filtros para evitar essa inundação de conteúdo indesejado na caixa postal. Mas não tenho ânimo de me aventurar pelo mundo das configurações de software para me livrar dessas missivas inconvenientes. Talvez eu mexa nesse menu quando chegar à marca de 100 000 mensagens sem leitura. Até lá, continuarei com o meu calvário diário: passar os olhos pelos remetentes e abrir um item a cada, sei lá, cinquenta.
O problema é que são tantos e-mails indesejáveis que, de vez em quando, acabo deixando passar mensagens realmente importantes. Por isso, estoicamente, sigo a meu destino: abrir religiosamente a caixa postal três vezes por dia – e torcer para que não haja nenhuma mensagem urgente para responder.