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Adolescente neonazi queria cometer quinto ataque à escola

Pais foram presos por apologia nazista. Família era monitorada e caso pode virar tentativa de terrorismo

Na noite de terça-feira (11), a Polícia Civil gaúcha deteve um adolescente de 14 anos que planejava um ataque em comunidades escolares no Rio Grande do Sul. A prisão ocorreu na cidade de Maquiné, no litoral, após informações de agências de segurança estaduais sobre o agressor. Os pais dele foram presos em flagrante por apologia ao nazismo, segundo a Polícia Civil. O caso poderá ser enquadrado como tentativa de ato terrorista.

Na residência do garoto foram encontrados materiais relacionados ao nazismo e fascismo, como retratos de Adolf Hitler e Benito Mussolini, além de material revelando a defesa de posições ideológicas extremistas e racistas. As autoridades também encontraram uma siège mask (máscara de cerco, em alemão), um pôster de uma totenkopf – símbolo da caveira dos fanáticos da SS -, roupas camufladas, armas brancas, uma bandeira do 3º Reich, uma do estado fascista fantoche República Social Italiana e cadernos com anotações e desenhos sobre planos de ataques.

A máscara é um item característico neonazi e foi usada em ataques, como o da escola Raul Brasil, em Suzano (SP), em 2019, o que causou 10 mortes; no ataque à escola Thomázia Montoro, em São Paulo, em 27 de março, resultando no assassinato de uma professora de 71 anos; e na tentativa de golpe de estado, em Brasília, em 8 de janeiro. O item também é identificado com a organização terrorista americana Divisão Atomwaffen, fundada em 2015.

“A gente apresentou o adolescente e os pais, o pai e a mãe, à polícia exatamente porque não tinha como não estar sabendo do que estava acontecendo naquela casa dado o farto material que foi apreendido”, diz o delegado Marco Antônio de Souza.

Uma bandeira apreendida teria sido dada de presente pelo pai ao filho, conforme o diretor do Grupamento de Operações Especiais (GOE) da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil.

“Entrevistando o pessoal na casa e com as informações que a gente já tinha acerca da investigação, descobrimos que a bandeira que faz apologia ao nazismo, inclusive, teria sido dada pelo pai ao adolescente”, comentou o delegado.

Acredita-se que o jovem também estaria sob orientação de indivíduos do Paraná e que o plano era replicar o ataque ocorrido em 5 de abril, na cidade catarinense de Blumenau, onde quatro crianças foram mortas.

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