Luís Paulo Kurunczi teria fretado quatro ônibus para levar 104 dos manifestantes que invadiram a Praça dos 3 Poderes
O nome do primeiro denunciado pelo financiamento dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 foi divulgado em reportagem da Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (1º). Luís Paulo Kurunczi é alvo do Ministério Público Federal (MPF) desde 14 de dezembro, em um processo que corre sob sigilo de Justiça junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme a Folha, Kurunczi é um empresário de Londrina (PR) que teria fretado quatro ônibus que levaram 104 pessoas para Brasília. Parte dos passageiros participou dos atos de depredação dos prédios da Praça dos 3 Poderes, em uma tentativa de anulação do resultado das eleições presidenciais para reconduzir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao poder.
Ele pode ser acusado de cinco crimes: abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de estado, associação criminosa armada, dano qualificado mediante violência ou grave ameaça e, por fim, deterioração de patrimônio tombado.
De acordo com a reportagem, a denúncia não foi apreciada pelo STF por causa do recesso do Judiciário, já que este caso necessita de apreciação colegiada dos ministros. Se for recebida a denúncia, sua defesa terá 15 dias para manifestação.
O MPF chegou a Kurunczi ao investigar mensagens trocadas por aplicativos entre manifestantes golpistas detidos no 8 de janeiro. Os procuradores e policiais federais descobriram que ele incitava os atos e pregava contra o resultados das eleições, além de financiar a viagem para Brasília e arrecadar recursos para manter um acampamento na frente de um quartel do Exército em Londrina.
Kurunczi é conhecido das autoridades. Ele também foi denunciado pela Advocacia-Geral da União (AGU), que pediu bloqueio de bens em três ações ao lado de outros supostos financiadores. Os recursos somam R$ 126,5 milhões, envolvendo ele e outras 52 pessoas. Seu nome também consta no relatório final da CPI do 8 de Janeiro e em relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Dos 1.413 denunciados, Kurunczi é o único financiador. Os demais são considerados incitadores (1.156), executores (248) e agentes públicos (8). Um dos passageiros que Kurunczi levou para Brasília é Orlando Ribeiro Júnior, preso dentro Palácio do Planalto e condenado em outubro a 3 anos e meio de prisão pelo STF.
A defesa de Kurunczi nega todas as acusações.
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