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Faroeste sangrento

MONEY Report elegeu como imagem da semana um vídeo que viralizou e causou revolta nas redes sociais: as imagens da mulher que matou uma onça-parda em Alto Longá, no Piauí. O crime ambiental, que gerou uma multa de R$ 20 mil para a autora, Eula Pereira da Silva, foi identificado e punido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

https://twitter.com/dep_dayany/status/1881319286129442943

O caso aconteceu em 16 de dezembro de 2024, quando Eula, de 32 anos, moradora do Rio de Janeiro, estava de férias na propriedade da família no interior do Piauí. No vídeo, a mulher aparece atirando contra a onça, que está em cima de uma árvore. O felino ainda tenta resistir, mas acaba sendo atacado por quatro cães da caçadora e golpeado com pauladas por seu pai, Manoel Pereira da Silva, de 73 anos. A cena choca ainda mais pela reção de Eula: após a morte do animal, ela surge dançando e comemorando.

O Ibama conduziu uma investigação para identificar os responsáveis e, após localizar a atiradora em sua residência no Rio de Janeiro, aplicou uma multa de R$ 20 mil. O valor corresponde a R$ 5 mil pela morte do animal e R$ 15 mil por crimes de abuso, caça irregular e maus-tratos aos cães. O pai e a irmã de Eula, Heliude Pereira da Silva, também foram multados, resultando em um total de R$ 40 mil em penalidades.

O rifle utilizado no crime, uma espingarda Boito calibre 32, foi apreendido junto com os cães, que foram resgatados para adoção. Segundo o agente ambiental Bruno Campos Ramos, os cães também foram vítimas de maus-tratos, pois foram expostos ao perigo durante a caça e receberam agressões dos próprios donos. “Eles tomam pauladas e correm risco para tentar capturar aquele animal”, explicou Ramos em um vídeo publicado pelo Ibama.

A repercussão do caso levantou discussões sobre a legislação ambiental e os valores das multas aplicadas a crimes contra animais silvestres. O Ibama esclareceu que as penalidades são estipuladas pelo Decreto 6.514/2008, e que a legislação prevê punições mais brandas para a morte de animais silvestres em comparação a crimes contra animais domésticos.

A família de Eula se manifestou através de Heliude, que admitiu ter filmado a caça, mas evitou dar mais detalhes, afirmando que os advogados estão cuidando do caso. “Claro que, pelo olhar da sociedade, foi errado, mas a gente não pode sair julgando sem saber por que isso realmente aconteceu”, disse. Eula não se pronunciou sobre o ocorrido.

O caso agora segue para avaliação do Ministério Público, que poderá apresentar uma denúncia criminal contra os envolvidos.

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