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Sorriso sem recurso

MONEY REPORT escolheu como Imagem da Semana o registro da audiência de custódia do ex-jogador de futebol Robson de Souza, o Robinho (40 anos), que sorri sem motivo em uma delegacia de Santos (SP). O ex-atleta foi detido na cobertura onde morava na cidade litorânea paulista, na quinta-feira (21), por participação em um estupro coletivo em 2013, contra uma jovem albanesa na Itália. Agora ele vai cumprir uma pena de 9 anos de cadeia. Seu novo endereço é o Complexo Penitenciário em Tremembé (SP). Lá se foram 10 anos desde o crime. Já condenado pela justiça italiana, ele permaneceu em liberdade no Brasil ao longo de dois anos, enquanto levava uma vida com direito a praia, futebol, churrasco e amigos do meio futebolístico.

Sua prisão é um momento exemplar para a Justiça brasileira. Em uma sociedade na qual pessoas famosas e donas de alto poder aquisitivo costumam se safar de processos e julgamentos mediante dribles e pedaladas recursais, Robinho foi a exceção a se tornar regra.

Robinho ao entrar em uma delegacia de Santos após ser detido, na quinta (21): de lá para Tremembé

A justiça italiana tentou uma extradição, mas a legislação daqui não despacha seus cidadãos condenados em outros países. Porém, existem acordos judiciais internacionais em vigor. Os italianos homologaram um pedido para que o ex-jogador cumprisse pena em solo brasileiro. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu a demanda e, na noite de quarta-feira (20), decidiu pela condenação em regime fechado.

A decisão é um alívio para milhões de mulheres vítimas de abusos. No caso de Robinho, a indignação pública foi ampliada pela divulgação dos áudios por aplicativo de mensagens em que comenta o estupro como se nada fosse. Junto com outros cinco homens, Robinho atacou uma jovem em uma boate em Milão. A vítima estava inconsciente devido ao grande consumo de álcool. Os condenados alegaram que a relação foi consensual. Sorrindo ou não, agora irá pagar por sua agressão sexual covarde.

Daniel Alves

Também no meio futebolístico, o ex-lateral-direito da Seleção e do Barcelona Daniel Alves continuará preso neste fim de semana. O jogador de 40 anos não pagou a fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões) estabelecido pela justiça espanhola até as 15h desta sexta-feira (22). O brasileiro passará pelo menos mais três noites no Centro Penitenciário Brians 2, em Barcelona, onde cumpre prisão preventiva há 14 meses. Assim como Robinho, o veterano também cometeu estupro e foi condenado.

Ele agradiu sexualmente uma mulher de 23 anos no banheiro de uma boate de Barcelona, em 30 de dezembro de 2022. Detido no dia 20 de janeiro de 2023, quando compareceu para um depoimento, foi mantido atrás das grades. Duas semanas depois do julgamento de três dias, em fevereiro de 2024, a 21ª Seção do Tribunal de Justiça de Barcelona anunciou a sentença de quatro anos e meio de prisão mais cinco anos de liberdade vigiada.

Crime horroroso que resultou em uma condenação que reverbera pelo mundo, a prisão de Daniel Alves também é positiva para a sociedade brasileira, que aos poucos muda sua percepção em relação às punições de poderosos, principalmente em agressões contra mulheres. Mesmo que Alves tenha a possibilidade de pagar uma fiança milionária até seus recursos serem julgados, ele não escaparia das grades por muito tempo nem voltando ao Brasil.

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