Agronegócio é um dos fatores para o desenvolvimento da região
O último Censo demográfico mostrou que sete dos dez municípios que mais cresceram estão no Centro-Oeste do Brasil. A população desta região cresceu 1,2% ao ano, mais que o dobro da taxa nacional. Apesar do Sudeste ser a região mais populosa e rica, é no cinturão agrícola que a população e a economia mais crescem.
Segundo a revista The Economist, um dos fatores para este crescimento é o boom do agronegócio, responsável por um quarto do PIB do País. De 2002 a 2020, a economia do Mato Grosso, o coração da soja, cresceu 4,7% ao ano em termos reais, mais do que qualquer outro estado e mais do que o dobro da taxa nacional.
O maior crescimento demográfico acontece em cidades de médio porte, como Sinop, que cresceu 73% nos últimos 12 anos, e que conseguiu se desenvolver após a Embrapa desenvolver uma variedade de soja que conseguiu crescer no solo ácido da região.
O Brasil é um dos poucos países onde as terras agrícolas ainda estão em expansão. O crescimento não significa necessariamente desmatamento, já que cerca de 170 milhões de hectares das pastagens estão subtilizadas. Segundo Daniel Amaral, da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, se os agricultores cultivassem soja em apenas 10 milhões desses hectares, poderiam aumentar a produção em 40 milhões de toneladas por ano durante a próxima década. Por exemplo, os agricultores brasileiros de milho cultivam uma média de seis toneladas por hectare, metade do que é cultivado nos Estados Unidos.
Um dos grandes entraves da região é infra-estrutura deficitária, que poderia aumentar ainda mais os lucros dos produtores. Os caminhões que transportam os grãos de Mato Grosso até o porto devem percorrer uma única estrada esburacada de mil quilômetros. Os custos logísticos do Brasil equivalem a 12,1% do produto nacional bruto, quase o dobro do custo nos Estados Unidos (7,6%).
Uma das preocupações dos produtores brasileiros atualmente é o custo ambiental, já que a expansão das terras agrícolas atinge parte do Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil depois da Amazônia. A pressão de países europeus e dos Estados Unidos, faz com que os produtores da região se preocupem em serem sustentáveis. No entanto, muitos reclamam do código florestal, que obriga os agricultores do cerrado a manter vegetação nativa em 35% das suas terras. Alguns pecuaristas se mudaram para outros estados, como o Pará, que possui floresta tropical e onde a exigência é mais rigorosa, com a exigência de que 80% da floresta seja preservada, porém a fiscalização é mais fraca.