Por William James e Ben Blanchard
PEQUIM (Reuters) – As relações da China com o Reino Unido permanecerão inalteradas durante o processo da desfiliação britânica da União Europeia, disse o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, nesta quarta-feira, dia em que a premiê britânica, Theresa May, iniciou uma visita de três dias ao país asiático, onde pretende assinar acordos de 9 bilhões de libras.
O Reino Unido está tentando se reinventar como uma nação comercial global desde o referendo de 2016 que decidiu por sua saída da UE, mas o chamado Brexit vem causando apreensão em Pequim, apesar de Londres ter esperança de assinar um acordo de livre comércio como a segunda maior economia do mundo.
Falando a repórteres depois de se reunir com May no Grande Salão do Povo, na capital chinesa, Li expressou apoio às relações entre os dois países, que ambos gostam de dizer que se encontram em uma “era de ouro”.
“Nosso relacionamento não mudará por causa de mudanças nos laços Reino Unido-Europa”, disse Li.
Mas ele reconheceu que uma adaptação será necessária.
“Embora devamos nos adaptar a estas mudanças, avaliaremos e conversaremos sobre arranjos bilaterais comerciais e de investimento futuros, para continuar a levar adiante as relações China-Reino Unido, incluindo laços comerciais e de negócios”.
May, que é vista como menos inclinada a cortejar a China do que seu antecessor, David Cameron, disse estar comprometida a aprofundar o relacionamento à luz do Brexit e que explorará todas as opções de futuros laços comerciais.
“Estamos determinados a aprofundar nosso relacionamento comercial ainda mais, e somos ambiciosos quanto ao que nosso futuro relacionamento comercial será”, disse ela.
May afirmou que o dois países assinarão mais de nove bilhões de libras esterlinas em acordos durante sua visita, e que a China concordou em suspender uma proibição às exportações de carne bovina britânica nos próximos seis meses.
“Também combinamos abrir o mercado chinês para permitir que a grande capacidade dos serviços financeiros do Reino Unido alcance mais consumidores chineses”.