Regime durava mais de 50 anos. País vive uma guerra civil desde 2011
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, decidiu renunciar ao cargo e deixar o país neste domingo (8/12) depois que grupos rebeldes islâmicos tomaram várias cidades, incluindo Aleppo, Homs e a capital Damasco.
Os manifestantes assumiram a TV estatal e transmitiram uma mensagem ao país anunciando a queda do regime que já durava mais de 50 anos. “Apelamos ao grande povo sírio para proteger as propriedades públicas e privadas”, disse o comunicado.
O líder rebelde do grupo HTS, Abu Mohammed al-Golani, disse em sua primeira aparição pública na mesquita Ummayad que a queda de Assad é uma”vitória para a nação Islâmica.” Os rebeldes também prometeram não haver perseguições e construir um “estado livre, justo e democrático.”
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu nota, informando que acompanha a escalada de violência na Síria e instando brasileiros que moram no país a procurar a embaixada brasileira em Damasco. A nota orienta que “todos os nacionais que se encontrem no país a que busquem sair da Síria.”
Segundo agências russas, o ditador sírio está refugiado na Rússia com sua família após solicitar asilo político. Mais cedo, o país tinha dito que Assad tinha saído do país e ordenado uma “transição pacífica do poder.”
O ditador assumiu o poder há 25 anos após a morte de seu pai Hafez al-Assad, que tomou o poder em 1971. A Síria vive uma guerra civil, desde 2011, que ganhou novos contornos na semana passada, quando grupos rebeldes islâmicos que lutavam contra o governo de Bashar Al-Assad tomaram a cidade de Aleppo.
Entre os diversos grupos armados sírios que lutam contra o regime de al-Saad, destaca-se o grupo islâmico fundamentalista Hayat Thrir al-Sham (HTS), que nasceu em 2011 como um grupo filiado à Al Qaeda, do Iraque, e com ideologia jihadista – defende uma “guerra santa” para instituir a Sharia, a lei islâmica.