O aumento da capacidade logística da gigante norte-americana Amazon em São Paulo está provocando estragos nas tradicionais empresas varejistas brasileiras. Na quinta-feira (3), a Amazon anunciou a inauguração de seu quinto centro logístico no Brasil, o quarto em São Paulo. O reflexo foi a desvalorização das ações das concorrentes na Bolsa: Via Varejo teve queda de 6,89%, Magazine Luiza, de 5,36%, e Lojas Americanas, de 5,22%.
A situação se mostra como um movimento cíclico. Primeiro a Amazon pressionou a concorrência. Impulsionadas pela quarentena e pela concorrência, essas empresas se expandiram. Agora, a gigante logística avança mais e impacta novamente as demais. Basta olhar para Magazine Luiza e Via Varejo. O e-commerce da Magalu teve alta de 181% no segundo trimestre – enquanto as vendas em lojas físicas caíram 45%. A Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, viu o seu e-commerce saltar 280% no mesmo período.
Para atender à crescente demanda, os grupos procuram melhorar sua estrutura e inteligência logística para depender cada vez menos de terceiros na distribuição. A Via Varejo anunciou, em abril, a compra da ASAP Log, empresa de tecnologia que conecta lojas e entregadores. O Magazine Luiza reforçou sua estratégia de envio de produtos a partir das lojas, por meio da startup de entregas Logbee, que adquiriu em 2018.
Já o Mercado Livre, que nasceu digital como a Amazon, contratou 60 carretas e buscará outras 90 para reforçar sua frota de entregas. A empresa teve crescimento de vendas de 123,4% de abril a junho, na comparação com igual período de 2019.
A iniciativa da Amazon tem justamente o objetivo de melhorar o atendimento aos clientes. O novo centro de distribuição da empresa fica em Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo, e tem mais de 100 mil metros quadrados. “A Amazon está animada em expandir nossas operações de logística na região de São Paulo, gerando empregos adicionais e aumentando nossa capacidade para lidar com o crescimento extraordinário que temos registrado no Brasil”, afirmou em nota o responsável pela Amazon no Brasil, Alex Szapiro.