Segundo balanço, o ebitda ajustado ex-IFRS 16 apresentou forte recuperação, saindo de um déficit de R$ 3,42 bilhões em 2023 para R$ 41 milhões negativos
A Americanas encerrou 2024 com um crescimento de vendas de dois dígitos em suas lojas físicas, sinalizando um avanço significativo em sua reestruturação financeira após o escândalo contábil que abalou o mercado no início de 2023. Apesar da melhora operacional e de rentabilidade, a companhia ainda busca recuperar a confiança de investidores e credores, após revelar um rombo bilionário em suas contas.
Segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (27), o ebitda ajustado ex-IFRS 16 apresentou forte recuperação, saindo de um déficit de R$ 3,42 bilhões em 2023 para R$ 41 milhões negativos no final de 2024. O volume bruto de mercadoria (GMV) das lojas físicas cresceu 11,9% no ano, enquanto as vendas no conceito “mesmas lojas” subiram 15% em relação ao ano anterior. O lucro bruto da companhia também registrou crescimento, alcançando R$ 4,6 bilhões, um aumento de 10,4%.
A Americanas enfrenta um dos processos de reestruturação mais complexos do varejo brasileiro, após ter declarado um déficit de cerca de R$ 20 bilhões em janeiro de 2023, devido a inconsistências contábeis que ocultaram passivos financeiros. O escândalo resultou na saída de executivos, ações judiciais movidas por credores e uma profunda crise de liquidez, levando a empresa a pedir recuperação judicial. Desde então, a varejista tem buscado um reequilíbrio, apostando na renegociação de dívidas e na melhoria da eficiência operacional.
“Conseguimos cumprir o compromisso de gerar resultados melhores, trimestre a trimestre, em bases comparáveis equivalentes. Tivemos uma Páscoa histórica e realizamos uma Black Friday e um Natal que bateram as expectativas e comprovaram a potência da nossa capilaridade de cerca de 1.600 lojas em mais de 800 municípios do país”, afirmou o CEO da Americanas, Leonardo Coelho.
Entre os fatores que impulsionaram a retomada estão a reorganização do sortimento, melhorias no atendimento das lojas físicas, relações mais estreitas com fornecedores e avanços na logística. Além disso, a Americanas tem buscado um maior equilíbrio no capital de giro e um redimensionamento estratégico da presença no digital, tornando o e-commerce um canal complementar para seus mais de 50 milhões de clientes mensais.
As despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) também tiveram redução de 5,4 pontos percentuais em relação à margem de 2023. “Ainda temos muito trabalho a fazer, mas esses avanços, alinhados ao nosso propósito de resolver a vida das famílias brasileiras e à maior integração entre os canais, nos dão uma base mais estruturada para 2025”, completou Coelho.
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