Num período em que grandes jornais e revistas naufragam com a perda de audiência e verba publicitária, Arianna Huffington é responsável por um dos principais êxitos na história recente do jornalismo. Ela quebrou o protagonismo da grande mídia norte-americana e mudou a maneira como as pessoas consomem notícias. Como? Em 2005, Arianna, que é grega radicada nos Estados Unidos, ajudou a criar o Huffington Post. Seu modelo de negócios parece genial: o site é alimentado por textos escritos por centenas de blogueiros, espalhados pelo planeta, que escrevem sem cobrar um tostão. Gente falando de política, sociedade, entretenimento, comportamento, comida, mulheres, sexos e mais uma infinidade de assuntos. Tanta diversidade ajudou o site ganhar uma imensa capilaridade, superando, em número de acessos, publicações tradicionalíssimas, como Washington Post e a revista Time. Na verdade, o Huff Post, como é conhecido, só perde para o New York Times.
Um dos segredos de Arianna foi apostar nas redes sociais como impulsionadora dos conteúdos. Além disso, ela enxergou que as pessoas não queriam mais ser meras expectadoras. mais do que ler, os novos consumidores querem engajar e colaborar. “Comunicar é uma nova forma de entretenimento”, disse certa vez em uma entrevista.
Economista de formação, Arianna ingressou no universo do jornalismo por meio de colunas nos jornais e fez carreira como escritora. Foi eleita pela Time como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo. Como comentarista na TV, virou uma das mais importantes vozes do conservadorismo norte-americano. Foi casada por 11 anos com o magnata de petróleo e político republicano Michael Huffington. Divorciou-se quando o marido revelou que era bissexual. Após o trauma, transformou-se numa porta-voz de causas progressistas e liberais.
O formato criado pelo Huffington Post também trouxe problemas para Arianna. Em 2011, quando o site foi comprado pelo AOL por 315 milhōes de dólares, enfrentou um processo coletivo de vários colunistas que queriam uma compensação financeira, alegando que a plataforma havia lucrado – e eles não. O processo, para a felicidade dela, foi arquivado.