Empresa possui contingências tributárias relevantes, relacionadas a autuações da Receita Federal por suposta falta de recolhimento de tributos
A empresa de produtos de limpeza e higiene doméstica Bombril, famosa por sua esponja de aço, anunciou que entrou com pedido de recuperação judicial junto com outras sociedades do Grupo Bombril. Em comunicado ao mercado, a compranhia explicou que enfrenta contingências tributárias relevantes, principalmente por conta de autuações da Receita Federal por uma suposta falta de recolhimento de tributos. O montante a renegociar totaliza R$ 2,3 bilhões.
Esses tributos estão relacionados a operações de aquisição de títulos de dívida estrangeiros, realizadas entre 1998 e 2001 pela companhia e pelo grupo empresarial italiano Cragnotti & Partners, que controlava a Bombril na época. A diretoria da Bombril reavaliou as chances de perda nos processos judiciais e discutiu alternativas para lidar com a situação.
Segundo a empresa, o risco de perder esses processos representa uma ameaça aos bons resultados contábeis que a Bombril vem obtendo, expondo a companhia a riscos elevados, como a reavaliação da sua capacidade de pagamento por fornecedores e financiadores, e, no limite, a descontinuidade de relações comerciais e o vencimento antecipado de dívidas.
A Bombril acrescentou que o pedido de recuperação judicial tem como objetivo conduzir negociações para ajustar sua estrutura de endividamento, garantir a continuidade operacional das atividades da companhia e proteger seu caixa. “Com a recuperação judicial, a companhia será capaz de manter a sua capacidade operacional e reestruturar adequadamente seu passivo, por meio de um processo célere e com o menor impacto possível aos direitos dos credores e às atividades operacionais”, informou a empresa.